Vídeo-denúncia do gabinete paralelo torna Pazuello dispensável

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Foto: Pablo Jacob

O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a comissão vai analisar se mantém ou não a decisão de ouvir novamente o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A reconvocação do general passou a ser vista como “desnecessária” por alguns membros da CPI, após a divulgação de um vídeo que mostra Bolsonaro discutindo com médicos defensores da cloroquina a criação de um “gabinete das sombras” para conduzir discussões sobre vacinas e outras medidas de enfrentamento à pandemia. Pazuello, à época ministro da Saúde, não estava presente na reunião.

– Vamos avaliar a reconvocação do Pazuello. O vídeo divulgado deixa claro que Bolsonaro mandava e Pazuello obedecia, simples assim. O general não decidia nada quando era ministro. As imagens mostram que o gabinete paralelo debatido pela CPI de fato existia e era ligado diretamente ao presidente. Vamos focar nessa frente – afirmou Omar Aziz à coluna.

O vídeo divulgado nesta sexta-feira pelo site “Metrópoles” exibe uma reunião entre Bolsonaro e médicos defensores da cloroquina que apresentam ao presidente a sugestão de criar um gabinete paralelo para também participarem das discussões sobre vacinas. A ponte entre o grupo e Bolsonaro é feita pelo ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). O encontro foi realizado em setembro, depois de o governo federal não ter respondido ofertas de vacinas da Pfizer e do Instituto Butantã.

Na reunião com Bolsonaro, o virologista Paolo Zanotto chegou a colocar em dúvida a eficácia e necessidade de imunizantes contra a Covid-19. O médico também disse que encaminhou a ideia do ‘shadow board’ ou ‘shadow cabinet’, referindo-se ao “gabinete das sombras”, ao então assessor especial da Presidência, Arthur Weintraub.

O Globo