A questão não é se haverá nova epidemia, mas quando

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Foto: YONHAP / AFP

Após um ano e meio da descoberta do Sars-CoV-2, que resultou na pandemia da Covid-19, está estabelecida a origem do problema. Apesar de hipóteses de que pudesse se originar de algum escape de experimentos em laboratórios, que não se mostraram plausíveis até o momento, fica claro que a pandemia tem como origem um vírus que atravessou a barreira animal, encontrando condições propícias de disseminação entre humanos, com características peculiares de replicação viral, alta transmissão e progressão da doença.

Originário dos morcegos, animais gregários e de alta temperatura corporal, que albergam muitos vírus em seus organismos, e se valendo de um vetor mamífero, encontrou o Sars-CoV-2 condições ambientais e culturais na China, pela ingestão de carne animal exótica, a exemplo de viroses respiratórias anteriores. Discussão presente no meio científico vinha sendo a expectativa de uma nova epidemia ou pandemia por vírus influenza, e sabíamos que as coronoviroses anteriores, como a Sars e a Mers, se contiveram sem maior força de transmissão. Resta, portanto, a indagação dos múltiplos porquês da enorme disseminação da presente pandemia e a resposta global a ser dada, com base nos melhores preceitos científicos.

Com a avalanche de conhecimento gerado neste período, e milhares de publicações científicas, tem sido cada vez mais frequente o interesse leigo, por assim dizer, em entender do que estamos tratando. É estimada pelos microbiologistas a existência de um trilhão de espécies de microrganismos, dentre os quais 5.000 vírus e 300.000 bactérias, além de fungos, protistas e príons (cujo exemplo mais grave é a doença da vaca louca, transmitida por ingestão de carne contaminada e sem tratamento). Por outro lado, o corpo humano é constituído de 30 trilhões de células e do mesmo número de micróbios, e destes a grande maioria é considerada saprófita, ou seja, não causadora de doença, ou mesmo benéficos, auxiliando na digestão, por exemplo. Sabe-se que cerca de 1.400 microrganismos são patogênicos para o homem, e não há dúvida de que esse número é crescente, por múltiplas razões, ambientais, biológicas e culturais. Os cientistas, nesse sentido, já previram a inexorabilidade de novas epidemias. Não há conjectura de sim ou não, mas de quando, se pensarmos sobretudo nas condições e modificações predatórias do planeta, e no desafio enorme de acompanhar as mutações virais e a emergência de variantes, resultantes da permanência do patógeno na comunidade.

No Brasil, neste meio de ano, a pandemia tem dado sinais de arrefecimento, medidos pela menor taxa de ocupação de leitos hospitalares e redução na média móvel de mortes por semana, porém ainda não se permitindo celebrar ou vislumbrar controle epidemiológico na transmissão. Sem dúvida resulta da vacinação aplicada até o momento, sobretudo em faixas etárias mais idosas, ainda que muito aquém do desejável no geral. Se as chamadas medidas não farmacológicas, como isolamento, distanciamento físico, uso de máscaras, tão fundamentais desde sempre, estivessem sendo respeitadas e em adesão desejada, sem dúvida poderíamos considerar um melhor prognóstico.

O Globo 

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