Com Lula forte, FT questiona que políticas adotará

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Foto: Reprodução

Na home page do Financial Times, “Lula mantém mistério sobre políticas no caminho de volta no Brasil”. Com foto do ex-presidente em “discurso brincalhão no sindicato dos metalúrgicos”, em março, diz que pesquisas “sugerem que derrotaria facilmente Jair Bolsonaro”.

Concentra-se em dois pontos, se pretende intervir mais na economia, em relação aos mandatos anteriores, e se “buscaria vingança”.

Ouvindo Celso Amorim, Aloizio Mercadante e outros, publica que para os ex-ministros um terceiro mandato seria “caracterizado por negociações pragmáticas, valores progressistas e a proteção da democracia”. Sobre vingança, ouve de Hussein Kalout, ex-secretário de Assuntos Estratégicos de Michel Temer, que nâo vê Lula “indo por aí, porque não se encaixa em sua personalidade e em sua política”.

Na avaliação do FT, “o relativo silêncio de Lula [sobre programa de governo] vem tendo o efeito de manter o foco na administração malfeita da pandemia e na retórica antidemocrática de Bolsonaro”.

As manifestações do ex-presidente, em mídia social, têm sido acompanhadas no exterior, de Wall Street Journal, inclusive em Opinião, a La Nación e outros latino-americanos.

Chamando Bolsonaro de “excrescência humana” e alertando para uma “morte prematura da democracia brasileira”, o ex-ministro Ciro Gomes voltou a criticar Lula, em reportagem do londrino Guardian.

Falou que “Lula mentiu para o povo, dizendo que era candidato”, segundo ele “uma fraude que acabaria elegendo Bolsonaro”. Questionado sobre ter “voado para Paris” no segundo turno, disse que tinha “o direito pessoal e político de não fazer campanha por um grupo que considero a causa da tragédia do Bolsonaro”.

O acadêmico e ativista Noam Chomsky concedeu extensa entrevista ao site americano Truthout, que abre com esta pergunta:

Apologista da tortura e da ditadura, Bolsonaro tomou posse em 1º de janeiro de 2019. Desde aquele dia, seu governo promove uma agenda com consequências desastrosas para a democracia e o meio ambiente. Quero começar perguntando sobre as condições no Brasil que o levaram ao poder, um acontecimento que coincide com o fim da “maré rosa” que varreu a América Latina no início dos anos 2000.

Muita coisa é incerta e a documentação é pouca, mas a forma como isso parece para mim é basicamente assim:

Com a queda do preço das commodities alguns anos após a saída de Lula em 2010, a direita brasileira —com incentivo dos EUA, se não apoio direto— viu a chance de devolver o país às suas mãos e reverter os programas de bem-estar e inclusão que desprezava. Começaram a realizar um “golpe suave” sistemático. Um passo foi o impeachment da sucessora de Lula, Dilma Rousseff, em procedimentos totalmente corrompidos e fraudulentos. O próximo foi prender Lula sob acusações de corrupção, impedindo-o de concorrer —e quase com certeza vencer— as eleições de 2018. Isso preparou o cenário para que Bolsonaro fosse eleito numa onda de uma incrível campanha de mentiras, calúnias e trapaças que inundaram os sites que a maioria dos brasileiros usa como principal fonte de “informação”. Há motivos para suspeitar de uma mão significativa dos EUA.

As acusações contra Lula foram retiradas pelos tribunais após serem completamente desacreditadas pela revelação de Glenn Greenwald das manobras da promotoria em conivência com Sergio Moro. Antes das denúncias, Moro havia sido nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública por Bolsonaro, talvez uma recompensa pelas contribuições para a sua eleição. Moro praticamente desapareceu de vista com o colapso de sua imagem de intrépido cavaleiro branco que salvaria o Brasil da corrupção —enquanto, provavelmente não por coincidência, destruía grandes empresas brasileiras que eram concorrentes das corporações americanas, que não são exatamente famosas por sua pureza.

Mais à frente, Chomsky acrescenta que, “exatamente como em 2018”, Lula agora está bem à frente nas pesquisas e “existem preocupações legítimas de uma recorrência” do que aconteceu então. “Como Washington reagiria?”, pergunta ele mesmo, para responder que os “precedentes” sugerem novo posicionamento contra Lula.

Folha  

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