PP nega resistências internas a Bolsonaro

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Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Escolhido pelo agora ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira para substituí-lo interinamente na presidência do PP, o deputado André Fufuca (MA) afirma que o presidente Jair Bolsonaro só deve decidir sobre qual partido se filiar no ano que vem. O deputado diz não ver resistências dentro da legenda à filiação de Bolsonaro.

“Sinceramente, ainda não vi parlamentares falando de forma dura ou contrária em relação a essa vinda. Pode ser que haja, mas muito timidamente. Agora, como vi em outros partidos, no Patriota, que entraram na Justiça e teve toda uma confusão, não vi nem perto disso aqui no partido”, diz. Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando deixou o PSL.

Filho do prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA), Fufuca Dantas, “Fufuquinha” tem 31 anos e está no segundo mandato federal. Na primeira legislatura, esteve entre os principais aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e se elegeu 2º vice-presidente da Casa logo no terceiro ano de mandato. Agora, foi escolhido por Ciro entre os 20 vice-presidentes do PP para assumir a função enquanto ele estiver na Casa Civil. Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

Filiação de Bolsonaro

André Fufuca: No momento em que o Ciro assume a Casa Civil há aproximação muito forte, mas em relação às bancadas esse diálogo não foi feito de forma concreta, então não se pode dizer que há resistência ou não. Mas eu ainda não vi comentários negativos, pessoas do partido trabalhando contra. Os comentários que a gente vê são inclusive muito favoráveis, há muitos parlamentares que acham que a vinda do presidente seria muito boa para o partido, tem Estados que agrega muito com voto de legenda.

Divisão do fundo eleitoral

Fufuca: Acredito que o Bolsonaro só vai definir ano que vem qual partido se filiará, vai procurar o que melhor se adaptar ao projeto político dele e que dê mais estrutura para a reeleição. Esse debate [de deputados que não querem a filiação porque teriam que dividir o fundo eleitoral com a campanha dele] seria o menor hoje e, sinceramente, ainda não vi parlamentares falando de forma dura ou contrária em relação a essa vinda. Pode ser que haja, mas muito timidamente. Não existe, como vi em outros partidos, no Patriota, que entraram na Justiça e teve toda uma confusão, não vi nem perto disso no PP. Sobre o uso do fundo, sempre trabalhamos com o cenário de fortalecimento do partido na Câmara e no Senado, acredito que o encaminharemos da mesma forma.

Resistências no Nordeste

Fufuca: O PP sempre foi um partido muito democrático. Na eleição passada, apesar de o partido caminhar com o [Geraldo] Alckmin [PSDB], foi liberada a campanha e houve Estados que caminharam com a esquerda, com o Ciro [Gomes, do PDT], com o [Fernando] Haddad [do PT]. O PP do Maranhão coligou-se com o governador Flávio Dino [PCdoB] e fazemos parte do governo, mas lá é questão estadual e estamos falando de eleição federal. No Maranhão há hoje cinco pré-candidatos ao governo e estamos no projeto político do senador Weverton Rocha (PDT-MA), de centro-esquerda.

Relação com Ciro Nogueira

Fufuca: É bom que se frise que a minha passagem é temporária em relação a presidência e que o presidente de fato é o senador Ciro Nogueira. Ele foi eleito pelos correligionários e eu o respeito como presidente. Irei participar das decisões, mas não irei, de forma alguma, querer passar por cima de quem quer que seja. Nós somos amigos há muito tempo, desde que eu era deputado estadual e ele senador, Maranhão e Piauí são vizinhos e nossas famílias viraram amigas também.

Apoio à reeleição sem filiação

Fufuca: Acredito que o PP deve caminhar com o projeto do presidente Bolsonaro sim. Inclusive o próprio presidente Ciro já falou isso em outras oportunidades.

Presidente do PP na Casa Civil

Fufuca: Não conversei com o Ciro sobre isso, estávamos os dois viajando. Mas ele acredita muito no projeto do Bolsonaro, nesse projeto de desenvolvimento do país, e está indo lá para ajudar e garantir estabilidade. A tendência com ele é que inúmeras pautas e demandas que estavam emperradas por vários motivos possam trilhar um caminho mais fácil. Acredito muito tanto na habilidade política e a capacidade de trabalho dele, e juntando com a habilidade do presidente da Câmara, o Arthur [Lira, do PP], o governo tem tudo para deslanchar.

Voto impresso

Fufuca: Eu não vejo problema em votar. [Ameaça do presidente Bolsonaro de não realização de eleições] é excesso de momento, não é pensamento próprio. Acredito que o encaminhamento do PP sobre a matéria será paralelo ao governo. Até porque agora temos um representante lá.

Fusão PP-PSL-DEM

Fufuca: Muito difícil isso acontecer. Não participei das conversas e até me pergunto se a matéria não é uma interpretação a uma eventual federação, como defende a esquerda. Fundir três partidos que estão crescendo, que tem perspectiva de fazer base maior do que no presente momento, é muito difícil. A gente já viu fusões de partidos bem menores que não deram certo.

Ciro sai em abril para concorrer

Fufuca: Se você me perguntasse há um mês, diria que tenho certeza que ele seria candidato a governador [do Piauí]. Agora ele assumiu um ministério e não tenho como responder, pode mudar de ideia ao assumir essa nova missão. Mas ele é favorito no Estado, não tem um município onde ele não tem obra para mostrar, e é difícil transferir essa popularidade.

Valor Econômico 

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