PSD pode viabilizar ou não nome “terrivelmente evangélico” para o STF

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro confirmou sua intenção de indicar André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal. Como querer não é poder, o desejo do presidente está longe de significar que o atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) e pastor evangélico licenciado já esteja com um pé na Corte.

Para ocupar a cadeira que Marco Aurélio Mello deixará vaga a partir do dia 17, André Mendonça precisará do voto de 41 senadores. Muitos parlamentares mal sabem quem é o pastor que fez carreira na AGU, trabalhou na Controladoria-Geral da União no governo Temer e aproximou-se do bolsonarismo em 2018.

Outros, mesmo não o conhecendo, desconfiam dele por suspeitar que sua voz mansa esconda um furor “lavajatista”. Ao longo da carreira, Mendonça dedicou-se a estudos sobre o combate à corrupção, tem dois livros publicados sobre o assunto e já foi um declarado admirador do ex-ministro Sergio Moro.

Não é um currículo bem-visto por representantes de um Senado em que praticamente um em cada três parlamentares está na mira da Justiça, segundo levantamento feito pelo Congresso em Foco em janeiro de 2019. A maior parte das ações criminais a que respondem os senadores tramita no STF.

Sobre essa situação, diz um estrategista do Centrão: “Para os senadores que são réus, a escolha do novo ministro da Corte equivale à escolha do juiz que poderá julgá-los”. Na situação de senadores-réus ou investigados no STF estão, por exemplo, Ciro Nogueira (PP), Fernando Collor (Pros), Renan Calheiros (MDB) e, mais recentemente, Chico Rodrigues (DEM), o do caso dos 33 mil reais escondidos na cueca.

Davi Alcolumbre é um dos que já disseram não confiar em Mendonça.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) chegou mesmo a afirmar a interlocutores que pode engavetar por tempo indeterminado a votação do nome do pastor, caso Bolsonaro vá em frente na indicação.

A CCJ é a primeira porta a ser atravessada pelo candidato a ministro do STF.

Depois dela, vem a votação em plenário -que é quando todos os olhos se voltarão para Gilberto Kassab, o presidente do PSD. O partido de Kassab é um dos mais influentes na Câmara e tem a segunda maior representação no Senado. Com 11 integrantes na Casa, só perde para o MDB, com 15 senadores.

Embora o PSD ainda tenha um ministro no governo, Fabio Faria, da Comunicação, na prática, a sigla já está na oposição. Kassab vem fazendo críticas duras a Bolsonaro no escândalo das vacinas e já declarou a pretensão de trazer para o seu partido o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), com a intenção de lançá-lo como candidato à presidência da República.

Caso a bancada do PSD boicote o nome de Mendonça, são grandes as chances de ele ser o primeiro nome rejeitado pelo Senado desde 1894, quando a Casa se recusou a chancelar cinco indicados pelo governo do marechal Floriano Peixoto.

Será uma derrota colossal para Bolsonaro —e uma mostra eloquente de que o presidente se desidrata não apenas nas pesquisas, mas também no Congresso.

Acusado de genocídio à rachadinha, o ex-capitão vem sendo alvo de comentários jocosos inclusive de representantes da sua base. Um deles não economizou na ironia para declarar-se “preocupado com a possibilidade de Bolsonaro manchar a reputação do Centrão”. Quando um presidente vira troça na boca de aliados é sinal que perdeu a graça faz tempo.

Uol  

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