Vem aí a quarta onda de covid no país

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Foto: Reprodução/ Veja

O alívio já estava no rosto, sem máscara, dos ingleses. Com grande parte da população vacinada e com queda marcante do número de internações e mortes provocadas pela Covid-19, o país iniciou o plano de retomada das atividades sociais e flexibilização de restrições para conter a transmissão. No jogo final da Eurocopa, o estádio de Wembley estava lotado, bem como as ruas de Londres.

Mas veio a surpresa em abril: a identificação da variante delta na Inglaterra, após ter sido identificada na Índia. Com ela, ou por causa dela, ocorreu novo aumento significativo de casos, que poderá alcançar o pico histórico, observado no início de janeiro. Entretanto, lá o crescimento atual não está sendo acompanhado pelo aumento de mortes, muito provavelmente pelo efeito da vacinação em massa que precedeu a chegada dessa variante.

Na Indonésia, a situação é diferente. A variante delta já domina a transmissão e, com apenas 6% da população com vacinação completa, o país está sofrendo com a sua pior fase da pandemia até então. É hoje considerado o principal foco mundial de transmissão e acumula elevação, sem precedentes no país, de mortes pela doença.

A variante delta causa inúmeros problemas onde chega. Embora não provoque doença mais grave, tem sido mais facilmente disseminada, resultando em aumento rápido de casos de Covid-19.

A cobertura vacinal é, nesses casos, fundamental. É preciso considerarmos que a variante delta é parcialmente resistente à proteção das vacinas pois, comparativamente à variante alfa, por exemplo, a diminuição das formas graves da doença é mais dependente de esquema completo de vacinação. Ou seja, para a maioria das vacinas, uma dose só não basta para uma boa proteção.

É essa disparidade de cobertura vacinal que explica a diferença entre a Inglaterra e a Indonésia e que traz grande preocupação para o Brasil.

A variante delta parece ter encontrado o caminho para disseminar-se de maneira muito mais eficiente. Fez isso em países com muitos ou poucos casos acumulados de Covid-19. E não adianta contar com a chamada imunidade de rebanho. Nos Estados Unidos, onde o novo coronavírus circulou de forma intensa, como no Brasil, a variante delta já está se espalhando e passou a dominar a cadeia de transmissão.

No Brasil, os primeiros casos já foram identificados e tudo indica que poderá se espalhar por aqui também. O fato é extremamente preocupante, já que menos de um quarto dos brasileiros está com a vacinação completa. Isso significa que o país está vulnerável à circulação dessa nova variante, não somente para aumento de casos, mas também de vítimas da Covid-19.

O Brasil pode enfrentar melhor a variante delta? É possível mas difícil, ou melhor, é difícil mas possível.

A melhor solução é acelerarmos a vacinação. Quanto mais pessoas com esquema completo, menor a chance de doença grave e morte. Mas, certamente, é preciso enfatizar novamente medidas não farmacológicas para a contenção da disseminação do vírus e, provavelmente, aumentarmos mais uma vez o número de leitos de enfermarias e UTIs.

Para onde caminhará a variante delta? Como não temos a exata resposta, quanto mais cedo nos prepararmos, melhor.

O enredo parece mimetizar o fim de fevereiro de 2020, quando muitos achavam que a pandemia era um problema distante, enquanto outros anteviam a chegada de uma ameaça real.

Não podemos esconder os riscos de mais este enorme problema embaixo do tapete. O Brasil precisa se planejar para o pior cenário se não quiser ser pego de surpresa. Novamente.

Folha de S. Paulo

 

 

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