Bolsonaro conseguiu censurar manifesto de empresários

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Foto: Alan Santos/PR

A mobilização de banqueiros e empresários para elaboração de um documento em defesa da democracia e do equilíbrio entre os Poderes da República desagradou o Planalto e foi vista pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como uma tentativa de atacar o governo. Antes de o conteúdo ser divulgado pela imprensa, na tarde de ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira, atuou pelo adiamento da publicação.

Aliados ao presidente Jair Bolsonaro, Lira e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, informaram que a divulgação ocorreria após o feriado de 7 de setembro, quando estão previstas manifestações de apoio a Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio às divergências, as diretorias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ameaçaram deixar a Febraban.

“A informação que tenho é que havia um manifesto de defesa da democracia e aí não haveria problema nenhum, e que alguém na Febraban teria mudado isso para ao invés de ser uma defesa da democracia ser um ataque ao governo”, disse Guedes, após reunião ontem com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

O ministro teve conhecimento sobre o tema no fim de semana e já participava das discussões sobre a reação do governo.

Segundo Guedes, após as alterações, a própria Fiesp teria dito que não ratificaria o texto. “O manifesto parece que está suspenso por causa disso”, acrescentou. O ministro ainda provocou a Febraban citando que a entidade está “bastante ativa” em discutir os interesses dos bancos na reforma tributária.

Ainda pela manhã, em uma tentativa de apaziguar os ânimos junto à classe empresarial, o presidente da Câmara ponderou ao jornal “O Globo” que a nota não era de iniciativa da Febraban, e sim da Fiesp com a participação de mais de 200 entidades do setor produtivo.

“Virou uma nota da Febraban com reflexos para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil desproporcional aos seus interesses”, disse Lira. Ele relatou que falou com o presidente da Fiesp no fim de semana. “Conversei com Skaf nesse domingo e como não tem um prazo para a divulgação do manifesto, ficou combinado que não será nesta semana. Vai aguardar as comemorações do 7 de setembro”.

A Febraban contesta ambas as versões. Em nota, a entidade afirmou que o manifesto foi “fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores” e que “desde sua origem, a Febraban não participou da elaboração de texto que contivesse ataques ao governo”. A entidade disse que o prazo para adesão ao manifesto encerrava “às 17 horas da sexta-feira” e que “nenhum outro texto foi proposto”.

Independentemente de possível recuo sobre o manifesto, a Caixa e o Banco do Brasil devem desembarcar da Febraban nos próximos dias. Segundo apurou o Valor, a insatisfação já vem de algum tempo, mas a gota d’água foi a decisão da Febraban de assinar o manifesto.

Destoando do tom geral do governo, o vice-presidente Hamilton Mourão classificou a Febraban e a Fiesp como pilares da “nossa civilização”. “ São entidades da sociedade civil, com representatividade, e que consequentemente elas têm que sempre fazer valer às pessoas que foram eleitas por eles, o pensamento dele”, disse o vice.

Valor Econômico

 

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