Volta de Jefferson à Câmara sobe no telhado

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Foto: Mateus Bonomi/Folhapress

A prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, coloca em dúvida seu plano de retornar às disputas eleitorais, após um intervalo de 16 anos.

Ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jefferson, 68, tem como projeto político voltar à Câmara no ano que vem. Ele foi parlamentar entre 1983 e 2005, quando foi cassado após ter delatado o escândalo do mensalão, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por causa da cassação, perdeu os direitos políticos por oito anos, pena que já venceu.

A aliados, Jefferson tem dito que não sente nenhuma saudade do ambiente do Congresso Nacional, um lugar, segundo ele, “enterrado no chão e sem luz natural”. Mas afirma estar disposto a “fazer um sacrifício” em nome do partido.

Avalia que deverá ter expressiva votação, por ter se consolidado como um defensor radical de pautas conservadoras, e que poderá ajudar a eleger até três deputados consigo.

Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o PTB, sob o comando de Jefferson, tem dado uma guinada programática. Expeliu da liga lideranças mais moderadas, incluindo figuras históricas do partido, como o deputado estadual Campos Machado (SP), o ex-senador Armando Monteiro Neto (PE) e o ex-deputado federal Benito Gama (BA).

Em seu lugar, promoveu defensores incontestes do bolsonarismo para cargos de direção partidária, o que gerou uma crise interna, sobretudo na bancada da Câmara.

Atualmente, restam apenas 12 deputados federais petebistas, que sobreviveram por enquanto aos processos de expurgo. Mas a expectativa é que esse número se reduza ainda mais até a eleição.

A aposta de Jefferson é que em 2022 haverá uma nova onda conservadora, parecida com a de 2018, e nesse cenário o PTB estaria bem posicionado para beneficiar-se eleitoralmente dela.

Também por isso, o partido tem aberto as portas para lideranças religiosas, especialmente evangélicos e, em menor medida católicos. O PTB, cuja origem remonta ao sindicalismo varguista, agora quer ser a opção natural para candidatos defensores de valores religiosos.

A avaliação é de que só assim o partido conseguirá cumprir a cláusula de barreira em 2022, que vai subir para 2% dos votos obtidos para a Câmara.

A cereja do bolo, para Jefferson, seria conseguir a filiação do próprio Bolsonaro, atualmente sem partido, mas o próprio dirigente se diz cético quanto a isso. Uma condição do presidente seria tomar conta absoluta da legenda que escolher, o que para o cacique petebista é algo inegociável.

A prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes agora coloca um ponto de interrogação no projeto eleitoral de Jefferson. Ela é preventiva, ou seja, sem prazo específico para vencer.

É mais do que improvável que Jefferson permaneça atrás das grades até a próxima eleição, que só ocorre em outubro do ano que vem. Mas, mesmo que saia da prisão, o ex-deputado precisará avaliar se vale a pena insistir no projeto de retornar à Câmara, especialmente se for obrigado a moderar o discurso.

Ou, num cenário totalmente oposto, ele poderá usar o fato como combustível eleitoral, adotando atitude desafiadora contra o que chama de “ditadura da toga”. Nesse caso, tentará capitalizar a prisão e, quem sabe, eleger até mais deputados na sua esteira de sua votação, no ano que vem.

Folha  

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