CPI quer polícias caçando lobista fujão
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), mandou a Polícia Legislativa do Senado ir atrás do lobista Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, para que ele preste depoimento nesta quinta-feira. Em paralelo, pediu à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), sua condução coercitiva. Se ela aceitar a solicitação, a CPI contará com reforço policial para obrigá-lo a falar. Em entrevista antes da sessão da CPI, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), chegou a cogitar pedirem a prisão preventiva do lobista.
— Como ele não compareceu até agora, acabamos de oficiar à Polícia do Senado para dar cumprimento à ação. Caso não seja localizado, eu requisitarei a determinação de que requisitado à justiça da primeira instância a sua prisão — afirmou Randolfe, acrescentando que também vai pedir que a Interpol seja comunicada para evitar a fuga de Marconny do país.
Randolfe justificou a necessidade de ouvir o lobista.
— O senhor Marconi não é o senhor de um lobby, é um senhor de todos os Lobbys. Ele tem relações não só que foram reveladas ontem com filho do presidente da República, como também com advogado do presidente — disse Randolfe, concluindo: — Esta CPI não acaba sem ouvir o senhor Marcony.
— Neste momento, a Polícia do Senado está no encalço dele — anunciou Omar no começo da sessão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu não ser possível a condução coercitiva de investigados, mas não proibiu a medida no caso de testemunhas. Ao conceder o direito ao silêncio, Cármen Lúcia reconheceu Marconny como investigado. Assim, no recurso enviado à ministra, a CPI pede duas coisas: primeiramente que ele seja considerado testemunha e obrigado a falar, e, depois, a condução coercitiva.
A defesa de Marconny apresentou um habeas corpus na noite de quarta-feira pedindo a suspensão do depoimento. A relatora, Cármen Lúcia, negou isso, mas permitiu que ele fique em silêncio para não produzir provas contra si. A CPI recorreu da decisão, argumentando que ele vai falar na condição de testemunha. Apenas como investigado é que poderia ficar em silêncio. E aproveitou para pedir a condução coercitiva.
“E, diante do fundado receio de o Paciente não comparecer perante à Comissão Parlamentar de Inquérito às 9h30min de hoje, o impetrado [a CPI] requer desde já que Vossa Excelência autorize com a máxima urgência, para garantir a autoridade da v. decisão que deferiu nestes autos ontem à noite em parte a liminar postulada na inicial e assegurar o curso normal das investigações legislativas, que seja decretada, se necessário, a condução coercitiva do Paciente [Marconny] ao Senado Federal, com requisição de força policial e de todos os meios mínimos necessários”, diz trecho do pedido da CPI.
Na sessão de quarta-feira, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), já havia reclamando do comportamento de Marconny:
— E quero comunicar aos senhores que, até hoje, nós não conseguimos que o Sr. Marconny atendesse à CPI. Já mandamos a Polícia do Senado lá, e ele deu uma ordem de que ele não está para ninguém. Iremos entrar na Justiça para trazê-lo sob vara, para vir depor.
Depois, a defesa de Marconny informou a CPI que ele estava sob cuidados médicos no Hospital Sírio-Libanês e enviou um atestado. Omar Aziz ligou para a direção do Hospital Sírio Libanês, que informou que uma junta médica analisaria o estado de Marconny e do advogado Marcos Tolentino, outro convocado pela CPI que também apresentou atestado.
Após o fim da sessão de quarta, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o médico que deu o atestado a Marconny entrou em contato com a comissão. Segundo o relato do senador, o médico “notou uma simulação por parte do paciente” e “deseja cancelar” o atestado. Com isso, a CPI marcou o depoimento de Marconny para esta quinta-feira.
— Ele não estava internado em lugar nenhum o mundo. Ele teve um atestado que foi desatestado em menos de duas horas. Essa CPI cura até dor pélvica pelo que já vi — disse Randolfe na manhã desta quinta-feira, completando: — Vamos fazer tudo ser necessário para ouvir. Imagino as razões que levaram para que evadisse. Imagino pelo conjunto probatório, conjunto de informações que temos sobre atuação do senhor Maconny.
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