Esquerda pretende barrar depredações dia 7

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Foto: Danilo Verpa/Folhapress

O ato marcado pela Campanha Fora Bolsonaro —fórum de partidos e entidades majoritariamente de esquerda— no feriado de 7 de Setembro, às 14h, no vale do Anhangabaú tem preocupado autoridades sobre os riscos de vandalismo no espaço recém-reformado pela Prefeitura de São Paulo.

A manifestação da esquerda, feita em conjunto com o tradicional Grito dos Excluídos, rivaliza com a mobilização a favor de Jair Bolsonaro prevista para a tarde do mesmo dia, na avenida Paulista, inclusive com a presença anunciada do presidente.

Como mostrou a Folha, diante da coincidência de manifestações, a estratégia da esquerda é evitar a comparação de público com o ato bolsonarista. Há ainda uma discussão sobre a eventual participação do ex-presidente Lula (PT).

A escolha do vale do Anhangabaú pelos movimentos de esquerda veio após o Governo de São Paulo determinar, com base em decisão judicial que prevê o revezamento da avenida Paulista, que o espaço seria, no Dia da Independência, usado pelos bolsonaristas.

A mudança para o vale do Anhangabaú abriu um novo imbróglio em torno de imposições da prefeitura para o uso do local, já que o espaço foi concedido à iniciativa privada em 2020 (a outorga é de R$ 6 milhões).

A gestão está em fase de transição para o grupo que assumirá a operação da área. Enquanto isso, a administração ainda compete ao município.

Líderes da Campanha Fora Bolsonaro concordam com parte dos pedidos da gestão Ricardo Nunes (MDB), mas resistem à responsabilização por eventuais casos de vandalismo. O argumento é o de que cabe à GCM (Guarda Civil Metropolitana) e à SSP cuidar da segurança do patrimônio e dos manifestantes.

A preocupação com atos de vandalismo e presença de black blocs dominou reuniões de preparação para a manifestação feitas nesta terça-feira (31).

Após uma reunião na Secretaria da Casa Civil da Prefeitura de São Paulo durante a tarde, Raimundo Bonfim, representante da Central de Movimentos Populares e do Gruito dos Excluídos, afirmou que vistoriou o local com membros da administração municipal e que está tudo acertado para que a manifestação aconteça.

Mais cedo, no entanto, em reunião com a Polícia Militar, houve discussão entre os grupos de esquerda e o subprefeito da Sé, coronel Marcelo Sales.

Sales afirmou que a manifestação só poderia ocorrer no local caso uma das entidades organizadoras se responsabilizasse por ressarcir eventuais danos ao patrimônio, mesmo que o quebra-quebra ocorra após o encerramento oficial do ato. Ele disse ser necessária a assinatura de um termo de compromisso nesse sentido.

Os grupos presentes na reunião —como MTST, CUT, UNE, Movimento Acredito, Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos— afirmaram que não pode haver condição para que o espaço seja cedido.

Sustentaram ainda que uma decisão judicial desta segunda-feira (30) garante a realização do ato e determina que nenhuma autoridade pode descumprir a ordem.

A intervenção de Sales na reunião foi vista como uma forma de restringir a livre manifestação, intenção que o subprefeito negou.

De qualquer forma, a assinatura do termo de responsabilidade entre prefeitura e alguma entidade organizadora do ato ainda está pendente. Ficou acertado que a Casa Civil enviaria a minuta do termo —que, para os movimentos de esquerda, não pode trazer cláusulas de responsabilidade objetiva.

“Dissemos à prefeitura que não cabe essa responsabilização porque é uma manifestação pública, e não um ato privado. A proteção do patrimônio público cabe à Guarda Municipal. Precisamos aguardar a minuta, mas a prefeitura concordou em termos gerais. Está tudo certo, tudo redondo, nenhum impedimento”, disse Bonfim.

Grupos de esquerda considerados mais radicais, como PCO, cujos integrantes já entraram em conflito com manifestantes do PSDB em um ato anterior, não estiveram na reunião com a PM.

Para evitar a ação de black blocs, que geralmente ocorre no fim da manifestação —durante o deslocamento para a dispersão—, o ato no Anhangabaú não terá passeata, será estático. Na opinião de organizadores, isso não dará espaço para esse tipo de atitude, e a orientação é a de se afastar de eventuais vândalos e deixá-los expostos às autoridades.

Procurada, a prefeitura disse que “reitera que o vale do Anhangabaú está em um momento de transição da gestão do local” e segue “realizando tratativas junto à concessionária vencedora”.

“Foram realizadas uma visita técnica e uma reunião para tratar do uso do espaço na manifestação de 7 de Setembro. A reunião, coordenada pela Secretaria Municipal da Casa Civil de São Paulo e Subprefeitura da Sé, teve a participação de representantes das entidades que irão promover a manifestação para ajuste de detalhes da utilização do espaço público, bem como suas responsabilidades”, afirmou em nota.

Nos bastidores, o entendimento da prefeitura é o de que todo evento exige um termo de responsabilidade dos organizadores e que o local deve ser devolvido nas mesmas condições em que foi entregue.

Membros da administração municipal afirmam esperar que não haja vandalismo ou pichações e que o acordo seja aplicado para questões menores, como assegurar a limpeza após o protesto.

Folha  

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