Ex-futuro ministro do STF volta a pregar em cultos

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Foto: Arte/ UOL

No último domingo (12), o ex-advogado-geral da União André Mendonça retomou suas atividades como pastor evangélico. Foi até a Assembleia de Deus de Madureira para pregar. Ao lado dele, no altar, estava o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), líder da bancada da Bíblia. Do outro lado, Samuel Ferreira, herdeiro do templo de Madureira – um reduto frequentado por políticos influentes, como o ex-deputado Eduardo Cunha e o presidente Jair Bolsonaro.

Neste domingo, Mendonça pregará novamente, mas na Comunidade das Nações, em Brasília, com o bispo JB Carvalho, importante apoiador de Bolsonaro. Na última quarta-feira (15), o bispo estava no grupo de evangélicos que foi até o Palácio do Planalto para pedir a Bolsonaro que tentasse agilizar a sabatina de Mendonça na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. O procedimento é obrigatório para a alçada do ex-advogado-geral a uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal).

A via crúcis de Mendonça até a Corte se arrasta desde o início de julho, quando Marco Aurélio Mello se aposentou e Bolsonaro o indicou para a vaga. Desde então, o presidente aumentou o tom das críticas ao STF e seus ministros. O clima azedou e o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), colocou Mendonça na geladeira. A interlocutores, disse que não é o momento político para discutir a composição do tribunal.

Tão logo foi indicado, Mendonça procurou todos os senadores para se apresentar. Depois, percebeu que só o beija-mão no Congresso Nacional não seria suficiente. Como estratégia, resgatou o motivo principal da nomeação para o STF: ser “terrivelmente evangélico”, nas palavras de Bolsonaro. Mendonça, que não pregava há meses, voltou para a Igreja. Escolheu para o primeiro ato o templo de Madureira – uma espécie de suco de lideranças evangélicas e políticos do centrão.

A igreja de Madureira é liderada pelo Bispo Manoel Ferreira, que já foi deputado federal pelo PR do Rio de Janeiro. Bem relacionado em Brasília, já foi aliado de Eduardo Cunha. Hoje está ao lado de Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Recentemente, almoçou secretamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Cezinha de Madureira também é grande expoente da igreja. Mendonça tem se reunido diariamente com o parlamentar, que resolveu apadrinhar a indicação do ex-advogado-geral no Congresso. Em troca do apoio, o candidato ao Supremo declarou devoção aos líderes evangélicos no culto da semana passada.

“Os senhores são bispos da Assembleia de Deus, mas, para além disso, Deus os constituiu bispos sobre a minha vida. Vocês têm autoridade espiritual sobre a minha vida. Vocês é quem são autoridades sobre mim. Eu sou um discípulo”, derramou-se Mendonça.

Com um pé em cada canoa, nem só à Bíblia Mendonça tem se dedicado. No início da semana, ele conversou com cinco ministros do STF: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques. Queria azeitar a relação com os ministros e pedir apoio para ser agilizada a sabatina na CCJ.

Mendes, Toffoli, Fux e Nunes Marques têm o perfil político e transitam bem no Congresso. Alguns deles prometeram conversar com senadores para dar um empurrãozinho na direção do possível futuro colega.

Lideranças evangélicas cobraram do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que convença Alcolumbre a pautar a sabatina. Pacheco ficou de conversar com o colega na próxima semana. A pressão de ministros do STF, somada a esse movimento, pode ajudar Mendonça.

Na última semana, o candidato ao Supremo compareceu diariamente ao Senado. A ideia é não perder o diálogo com senadores. A pessoas próximas, Mendonça tem dito que é resiliente e perseverante. Não só isso: o ex-advogado-geral transita bem no mundo político e tem dado a real dimensão de como ser “terrivelmente evangélico”.

Uol 

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