Governador do RS culpa PT por ataques que o partido sofreu

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Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini – 8/7/2021

No ato de inscrição das prévias do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, rebateu ontem os ataques do presidente Jair Bolsonaro aos governadores ao discursar na Organização das Nações Unidas (ONU). Leite minimizou o desempenho dos presidenciáveis que representam a terceira via nas pesquisas de intenção de voto, afirmou que o apoio ao impeachment depende da conjuntura política e responsabilizou o PT pelo clima de divisão no país, que culminou na vitória de Bolsonaro em 2018.

Nos bastidores, lideranças tucanas avaliam que a disputa está equilibrada entre o governador de São Paulo, João Doria, e o mandatário gaúcho, que despontam como favoritos. Leite fez movimentos importantes ontem em sua passagem por Brasília. Pela manhã, antes do compromisso na sede nacional do PSDB, foi recebido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na residência oficial. Lira registrou o encontro em suas redes sociais, justificando que ambos discutiram “projetos importantes para o Estado”.

No começo do ano, a maioria da bancada tucana apoiou a candidatura de Lira à presidência da Casa, mediante intensa articulação do deputado Aécio Neves (MG). Também sob a liderança de Aécio, do líder da bancada federal, Rodrigo de Castro (MG), e do deputado Paulo Abi-Ackel (MG), o diretório estadual de Minas Gerais declarou recentemente apoio unânime a Leite nas prévias partidárias.

À noite, Leite participaria de um jantar com outras lideranças na residência do deputado Adolfo Viana (BA), que declarou o apoio majoritário dos filiados da Bahia ao gaúcho.

Durante o ato, que contou com a presença da cúpula partidária, Leite afirmou que trabalhará para tentar impedir a desfiliação do ex-governador Geraldo Alckmin. “Mas respeito as posições que ele tomar”, ressalvou. Alckmin articulou apoio de tucanos paulistas ao gaúcho: ontem estava ao lado de Leite o prefeito de Santo André, Paulo Serra.

Em entrevista coletiva, Leite contestou Bolsonaro, que culpou os governadores pela situação de brasileiros que ficaram sem trabalhar por força das medidas de isolamento social. Segundo Leite, o uso desse argumento significou “atacar a própria audiência da ONU”, porque essa foi a “posição majoritária, esmagadora no mundo” na pandemia. “Estou seguro de que as medidas que tomamos foram para salvar vidas”, enfatizou.

Sobre o desempenho dos candidatos da terceira via nas pesquisas, Leite disse que é “prematuro” falar sobre o que vai acontecer na eleição com um ano de antecedência. Ele lembrou que pelas sondagens em 2018, com o mesmo prazo de antecedência, ele não estaria no segundo turno da sucessão estadual.

“O segundo turno do ano que vem não será entre Lula e Bolsonaro”, disse o tucano. Ele argumentou que as pesquisas revelam, na verdade, que os dois candidatos que polarizam – Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – compartilham alta rejeição. “A população rejeita os dois caminhos mais conhecidos nesse momento”, apontou.

Questionado sobre apoio ao impeachment de Bolsonaro, Leite reconheceu que há razões técnico-jurídicas para o processo avançar, mas ressalvou que a “situação política” também deve ser considerada. Ele ponderou que é preciso que se configure “um país desejado de interromper o mandato do presidente” e esse cenário não estaria evidenciado.

Sobre a eventual adesão do PSDB aos protestos contra Bolsonaro convocados pelo PT para outubro, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, ponderou que esse tema não foi debatido internamente. Ele ressaltou, no entanto, que o PSDB é “refratário” a participar de manifestações convocadas por partidos com os quais não tem alinhamento político.

Leite acrescentou que os atos convocados pelo PT acabam se transformando em atos de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com bandeiras, distribuição de camisetas e adesivos. O governador reclamou que o PT inaugurou um clima de divisão no país, que culminou na vitória de Bolsonaro.

“Bolsonaro é resultado de uma política feita com divisão pelo próprio PT, afirmou Leite. O gaúcho criticou o ex-presidente pelos discursos de “nunca antes na história desse país”, que não reconheciam o legado do PSDB, como o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Pela lógica de resistir a Bolsonaro, eles [petistas] levam lá [aos protestos] outras bandeiras com as quais não compartilhamos e isso gera dificuldade”, concluiu.

Os quatro postulantes formalizaram as inscrições às prévias tucanas. Doria protagonizou um ato na sede do partido em Brasília na segunda-feira. O senador Tasso Jereissati (CE) optou pela discrição, formalizou o registro de Fortaleza e não fará ato público. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio confirmou o registro nas prévias em um ato político na capital amazonense.

Valor Econômico

 

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