Investigado, líder do governo no Senado pode ir para o TCU

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A tentativa do governo Jair Bolsonaro de influenciar na formação do Tribunal de Contas da União (TCU) esbarrou nos planos do MDB. O partido não abre mão de indicar um substituto para a vaga do ministro Raimundo Carreiro, que foi sondado pelo Palácio do Planalto para assumir o posto de embaixador do Brasil em Portugal. Diante disso, uma solução que começa a ser discutida é a indicação do líder governista Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) para a vaga. Neste caso, Bolsonaro teria um aliado na Corte e os emedebistas continuariam com influência sobre a cadeira do Senado no tribunal.

A articulação também interessa a Bezerra Coelho, que já avaliava abrir mão da reeleição como senador, no ano que vem, para impulsionar a carreira do filho, o prefeito de Petrolina (PE), Miguel Coelho (MDB). A intenção da família é lançar Miguel Coelho ao governo de Pernambuco, caso ele demonstre força política para isso até 2022, e a ida de Bezerra para o TCU abriria o caminho para que Miguel amarrasse sua chapa eleitoral com um candidato ao Senado de outra legenda. Essa costura ainda é embrionária, mas, de acordo com interlocutores, já foi debatida pela família Bezerra Coelho.

O nome do senador passou a ser cogitado também depois que as articulações em favor de Kátia Abreu (PP-TO) e Antonio Anastasia (PSD-MG) passaram a enfrentar dificuldades. A escolha de Kátia interessava ao PP, do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e a de Anastasia tinha como patrocinador o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Ambas candidaturas pararam, no entanto, nas resistências do MDB e do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que ajudou a eleger Carreiro para o TCU em 2007. Na época, ele era secretário-geral da Mesa do Senado e recebeu apoio unânime dos senadores.

Segundo fontes, Carreiro alertou governistas que só irá deixar o cargo no tribunal com aval de Calheiros e do partido dele, o que atrapalhou as negociações para a indicação de parlamentares de outras siglas.

A formação de uma maioria governista no Tribunal de Contas da União se tornou assunto prioritário para o Palácio do Planalto desde que Bolsonaro passou a se preocupar com eventuais acusações de improbidade contra ele na Corte. Foi assim que nasceu a ideia de indicar Carreiro como embaixador em Portugal, o que resultaria, consequentemente, na abertura de uma nova vaga no TCU. Recentemente, Bolsonaro também indicou o ex-ministro Jorge Oliveira para a Corte.

Toda essa movimentação obrigaria o Palácio do Planalto a encontrar também um novo líder do governo no Senado, algo que já vem sendo discutido há algum tempo. Desde o início do ano, especula-se sobre a possibilidade de Bezerra deixar de representar o Executivo na Casa. O motivo é que o governo não tem tido vida fácil na Casa. A mais recente derrota foi na votação da medida provisória da “minirreforma trabalhista”, que acabou arquivada pelos parlamentares. Na ocasião, Bezerra tentou um acordo para que as alterações sugeridas pelos senadores fossem mantidas pelo governo e pela Câmara dos Deputados.

“Nós fizemos, sim, um acordo, com a participação do presidente Rodrigo Pacheco, com a anuência do presidente Arthur Lira e do senador Confúcio Moura, retirando todos os dispositivos que alteram a CLT. Eles serão tratados através de projeto de lei. Se essa matéria, se o relatório do senador Confúcio não for respeitado pela Câmara dos Deputados, eu me retiro da liderança do governo”, apelou Bezerra.

O compromisso não foi suficiente e a equipe econômica viu a MP, vista como instrumento estratégico para a criação de novos empregos, ser enterrada. Caso Bezerra Coelho deixe o mandato, quem assume como senador suplente é Carlos Augusto Costa, ex-presidente do PV de Pernambuco, que chegou a disputar a Prefeitura do Recife em 2016. A segunda suplente de Bezerra é Eliane Rodrigues Ferreira, ex-presidente da Associação de Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam) e conhecida por ser militante de movimentos sociais no Estado.

Valor Econômico

 

 

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