Mobilização bolsonarista por 7 de setembro atingiu só convertidos

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Foto: Reprodução/ Extra

A organização de manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro convocadas para o dia 7 de setembro em todo Brasil teve importante participação das redes sociais, mas segundo relatório divulgado pela Modalmais e AP Exata, as movimentações nas plataformas não conseguiram ultrapassar a bolha bolsonarista e se concentraram entre evangélicos, PMs, integrantes das Forças Armadas e caminhoneiros. O levantamento mostra que o volume de menções às manifestações da próxima semana supera em apenas 1,9 ponto percentual as publicações sobre os atos do dia 1º de agosto — pautadas pelo voto impresso e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em comparação aos protestos do dia 14 de março, focados na oposição aos governadores que aumentavam as medidas restritivas para contenção da pandemia da Covid-19, os movimentos posteriores tiveram mais relevância na internet. O primeiro obteve 23,7% do total de menções, seguido pelos atos de agosto, com 37,2%, e por fim, os atos do dia 7 de setembro, com 39,1%. Os dados foram compilados a partir de uma amostra de 1,1 milhão de tuítes, publicados no período de sete dias antes de cada protesto, em 145 cidades de todos os estados do país.

“Os protestos seguem estritamente dentro da bolha bolsonarista. A militância nas redes não tem conseguido persuadir o internauta comum ou o eleitor indeciso a encampar o discurso do presidente. Há ainda uma clara estratégia de buscar lotar a Av. Paulista. O público bolsonarista de todo país tem sido convocado para se concentrar sobretudo em São Paulo, para que haja uma boa foto da avenida lotada. Algo diferente das manifestações anteriores, que eram bastante capilarizadas por todo país”, avalia o relatório.

O grupo de maior destaque nas movimentações para o próximo ato foram os evangélicos, tradicional base de apoio do chefe do Executivo. De acordo com o documento, houve um aumento expressivo, de 142%, nas menções ao grupo em um espaço de sete dias. Duas semanas antes das manifestações, as menções aos evangélicos representavam 6,9% e, sete dias depois, o número disparou para 16,7%. Quando comparado à adesão aos movimentos anteriores, o grupo de evangélicos manteve um peso semelhante no número total de menções.

“A grande mudança de cenário aconteceu com o crescimento das menções aos evangélicos, a partir de um movimento coordenado de pastores, sobretudo neopentecostais, que têm conclamado os fiéis a participarem dos protestos. Sendo um público que atua em comunidade, a entrada incisiva de lideranças evangélicas na divulgação das manifestações poderá resultar em uma grande afluência desse público nas ruas”, prevê o levantamento.

As menções de outras bases de apoio ao presidente também confirmam o alinhamento às pautas do governo federal, sendo as principais os policiais militares, integrantes das Forças Armadas e caminhoneiros. Este último grupo, apresentou um aumento nas menções de 34,6% no intervalo de 15 e sete dias antes das manifestações. Já a Polícia Militar manteve um peso muito semelhante, passando de 33,7% para 36,4%. As Forças Armadas foram o único grupo que perdeu relevância: duas semanas antes dos protestos elas representavam 48,7% das menções e sete depois representaram 36,4%, uma queda de 25,2%.

“Houve uma clara mudança de eixo. Se há 15 dias a possibilidade de tentativa de um ato mais forte com uma invasão do Congresso e do STF pautava as redes, agora esse discurso perdeu peso e tem dado lugar a uma narrativa cristã conservadora, que busca dar uma caráter divino à gestão Bolsonaro e a encarar as disputas de poder travadas pelo presidente como uma luta do bem contra o mal”, diz a Moldalmais e AP Exata.

Nos protestos contra os governadores e as medidas restritivas, e nas manifestações a favor do voto impresso, não houve mudanças significativas no volume de menções às categorias analisadas conforme os atos se aproximavam. Os dados mostram que nos protestos do dia 14 de março, a Polícia Militar e as Forças Armadas foram os grupos mais mencionados, totalizando 92,3% do volume de interações. Já em relação ao ato do dia 1º de agosto, os caminhoneiros estiveram mais presentes, mas representaram apenas 8% das interações e mantiveram a hegemonia das forças de segurança.

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