Sem golpe, Bolsonaro buscará reeleição

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Foto: Cristiano Mariz/O Globo

O presidente Jair Bolsonaro atingiu o pico de sua impopularidade. Segundo o Datafolha, 53% dos brasileiros acham que sua gestão é ruim ou péssima. O perfil típico de quem o rejeita é a mulher jovem, estudante ou com nível superior, negra e que ganha até dois salários mínimos. Já o daquele que ainda o aprova é homem, empresário, ganha mais de 10 mínimos, branco, evangélico e mora no Sul. Não significa que todas as pessoas com um ou outro perfil rejeitem ou aprovem o presidente. Apenas que são entre pessoas com estas características que variam os extremos de sua popularidade.

A fatia dos que aprovam Bolsonaro é de apenas 22%, ou seja, menos de um quarto dos brasileiros. Pouco? É, principalmente quando se compara com a eleição do presidente, em 2018. Naquela eleição ele teve 55% dos votos válidos. Mesmo se se considera o total dos eleitores, ou seja, os que votaram em branco, anularam, ou simplesmente, não apareceram para votar, o que é um universo mais próximo das pesquisas, o presidente teve 39% dos votos.

Se foi um golpe o que fracassou em Sete de Setembro, pela não-adesão de policiais militares e a mobilização apenas de um extrato dos caminhoneiros, o que resta a Bolsonaro, de fato, é a via eleitoral. E, nesta, seu horizonte imediato é passar para o segundo turno. Em 2018 ele o fez com 46% dos votos válidos e 33% do total do eleitorado. O presidente estaria, portanto, separado do resultado do primeiro turno de 2018 por 11 pontos percentuais, ou seja, um pouco mais de 10 milhões de votos.

A manifestação do dia 12 mostrou duas tendências importantes que podem explicar, em parte, o comportamento do presidente, até, no limite, em relação à vacinação: não haverá frente ampla e a direita anti-bolsonarista, como aquela liderada pelo MBL, não se mostrou competitiva na arregimentação desta franja do eleitorado.

É assim que Bolsonaro ainda parece ser o mais competitivo na miríade de candidatos do antilulismo que buscam os dois dígitos. No último Datafolha, o candidato melhor colocado, o ex-ministro Ciro Gomes, limita-se a 9% das preferências e o governador de São Paulo, João Dória, a 4%.

Com atitudes desatinadas, mas em consonância com uma parte do eleitorado, como a suspensão da vacinação de adolescentes, Bolsonaro se mostra disposto a manter esta fatia raiz do bolsonarismo. Um outro punhado de eleitores ele pretende cativar mostrando-se vítima de elites como aquela reunida no jantar em torno do ex-presidente Michel Temer em que foi alvo de chacota.

De um lado da estrada está o desatino e a vitimização. Do outro, a máquina do governo que ainda lhe resta e um programa de renda mais robusto que tenta criar. Tem tudo para dar com os burros n’água, mas ainda depende de uma caravana mais ágil e aprumada que apareça para lhe tomar o lugar.

Valor Econômico  

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