Ano eleitoral faz milagre e auxílio emergencial vai a R$ 500.

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Foto: Gabriela Biló e Dida Sampaio, do Estadão

Na disputa eleitoral com Jair Bolsonaro, o ex-presidente Lula puxou a fila da corrida para subir o valor do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil.

Nas redes sociais, Lula desafiou o presidente a subir o benefício de R$ 400 para R$ 600 e botou mais combustível na briga política e econômica em torno do sucessor do programa Bolsa Família.

“O PT defende um auxílio de R$ 600 desde o ano passado. O povo precisa. Ele tem que dar. Se vai tirar proveito disso, problema dele”, escreveu o ex-presidente para dizer que não acha a medida eleitoreira.

Uma estratégia bem calculada para se contrapor ao seu adversário político, reforçar que o que o governo está oferecendo à população de baixa renda é pouco e esticar a corda do presidente Bolsonaro.

A posição do ex-presidente Lula consolida a percepção de que a disputa em torno do valor do Auxílio Brasil não termina depois que o governo apresentar todo o desenho e financiamento para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400.

Governistas não escondem que na votação no Congresso vão subir o benefício para R$ 500. Com apoio dos parlamentares dos partidos de esquerda, é um pulo para R$ 600, mesmo valor do auxílio emergencial concedido no início da pandemia da covid-19 em 2020.

A vantagem da elevação do valor via Congresso é que a oposição poderá dizer que é uma vitória dos parlamentares. Por isso, os aliados do presidente já se antecipam.

Quando era presidente, Lula não soltou o gasto para turbinar o programa criado por ele há exatos 18 anos. Sempre manteve o Bolsa Família com reajustes controlados, na maioria das vezes com a correção da inflação. Mas ele tinha a seu favor uma zona de conforto que Bolsonaro não tem. É o pai do programa e sempre pode capitalizar para ele o ganho político com o Bolsa Família, como faz agora novamente ao entrar nessa corrida.

A proposta de subir o valor do benefício para R$ 600 (o dobro dos R$ 300 acertados inicialmente pela área econômica) pode se transformar numa armadilha e acabar criando um problema para ele no futuro. Se ganhar a eleição, vai ficar com esse valor carimbado.

Assim como estão cobrando do presidente Bolsonaro, a promessa de isenção da tabela do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos, cobrarão dele se virar presidente de novo.

Um problema imediato é que o Auxílio Brasil está sendo construído com uma parte permanente e outra temporária com data para acabar: 31 de dezembro de 2022, último dia do governo Bolsonaro. O próximo presidente dificilmente conseguirá reduzir esse valor.

O andar da carruagem dessa discussão é preocupante. O reforço do programa é mais do que necessário com o aumento da fome e da pobreza extrema no País. Mas tem que sobrar recursos para investir em outras áreas para puxar o crescimento e o emprego.

É preciso achar um ponto de equilíbrio, mesmo que seja necessária uma mudança das regras fiscais feita com transparência, zelo, planejamento e boa comunicação. E não com um drible fiscal para ganhar eleição a todo custo como tentam os bolsonaristas. Uma corrida de valores sem fundamentação não ajuda em nada o bom debate.

Um seguidor do ex-presidente resumiu muito bem o dilema e o tamanho do problema ao responder ao seu tuíte: “Pode ser Lula, sei que as pessoas precisam nesse momento. Mas cortar tudo da ciência, educação e saúde para direcionar dinheiro para criar um programa e se promover é errado. No meu doutorado consegui fazer uma bactéria virar adubo e terei que sair da ciência por não ter renda”. Sem mais.

A contagem regressiva da coluna continua: faltam 11 dias para o fim do auxílio emergencial sem anúncio da solução para o novo programa social.

Estadão 

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