Após dias, Guedes fala sobre offshore

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Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que a sua empresa fora do país instalada em paraíso fiscal (offshore) é legal e declarada. Na primeira fala pública sobre o assunto, ele também disse que não há conflito de interesses no episódio.

A série de reportagens Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, apontou que Guedes, enquanto era sócio da Bozano Investimentos, fundou a Dreadnoughts International, nas Ilhas Virgens Britânicas.

Segundo as reportagens, Guedes segue com a empresa ativa e tinha, em 2015, patrimônio de US$ 9,5 milhões.

Ter offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada à Receita Federal. As reportagens revelaram também que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criou a Cor Assets S.A., no Panamá. Campos Neto, que havia declarado esta e outras empresas no exterior em sabatina no Senado, fechou a companhia no ano passado.

Guedes falou sobre o assunto ao discursar em inglês num evento virtual promovido pelo banco Itaú durante as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

— Sobre offshore. Elas são legais. Ela foi declarada, não houve movimento cruzando as fronteiras, trazendo dinheiro do exterior ou mandando dinheiro ao exterior. Desde que eu coloquei dinheiro lá, em 2014/2015, eu declarei legalmente — afirmou.

De acordo com Guedes, os recursos depositados no exterior estão com administradores independentes “em jurisdições nas quais minhas ações não tem influência de jeito nenhum”.

— Não há conflito de interesses. De qualquer forma, saí da empresa antes de entrar (no governo). Tudo está limpo. Tudo é legal. Tudo está declarado — disse o ministro.

O ministro da Economia declarou, ainda, que perdeu dinheiro ao ingressar no governo, pois vendeu seu patrimônio adquirido no setor privado antes de rentabilizar o investimento.

— Eu vendi todo o meu trabalho com private equity, que estavam construindo projetos maravilhosos no Brasil em educação, saúde. Eu vendi tudo. Perdi muito dinheiro vindo aqui exatamente para evitar problemas — afirmou.

Guedes afirma que perdeu muito mais do que está na offshore.

— Tudo o que estava ao meu alcance vendi a preço de investimento. Perdi muito mais do que o que está na offshore. Qualquer dinheiro que está lá está nas mãos de gestores independentes, em jurisdições em que minha ação não tem influência nenhuma — afirmou.

O ministro disse que saiu da empresa “dias antes” de ir para o governo e deu todos os documentos. Disse também que há recursos administrados por um blind trust para investimentos “dentro do país”.

Guedes também reclamou do que considera ataques pessoais e disse que já muito barulho sobre o assunto.

— O resto é só barulho, barulho, barulho — disse, acrescentado: — Ataques, ataques pessoais.

A defesa de Guedes, encampada pelos criminalistas Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, informou que protocolou, de forma voluntária, petição à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) “esclarecendo de forma definitiva” que o ministro jamais atuou ou se posicionou de forma a colidir interesses públicos com privados.

O Globo 

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