Bolsonaro agora negocia filiação ao PL

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Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

À procura de um partido há quase dois anos, o presidente Jair Bolsonaro intensificou as negociações com o PL, um dos pilares do centrão, presidido pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto. O próprio titular do Palácio do Planalto já tratou sobre seu possível ingresso na legenda com o cacique da sigla.

Parte da cúpula do PL discutiu o assunto durante um jantar, anteontem, no apartamento do senador Wellington Fagundes (PL-MT), com a deputada Bia Kicis (DF), nome de confiança do Palácio do Planalto. Além dela e do anfitrião, estavam presentes Valdemar Costa Neto — condenado no mensalão, ele depois foi beneficiado com um indulto —, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (DF), os senadores Jorginho Mello (SC) e Carlos Portinho (RJ), assim como o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM).

Fagundes afirma que uma das exigências de Bolsonaro para se filiar sigla é a possibilidade de levar consigo grande parte de seus aliados.

— Tudo caminha para um bom entendimento com o presidente. Há uma sinalização muito forte do partido de abrigar Bolsonaro e todo o seu grupo — confirmou o senador.

Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) confirma as conversas, mas deixa claro que seu pai continua dialogando com o PP, outra legenda do centrão, comandada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

— A chance de o presidente ir para o PL é muito animadora, tanto quanto a de ir para o PP. No PL, há um pouco mais de liberdade na construção dos palanques estaduais — afirmou Flávio, lembrando, porém, que a boa relação com Nogueira será levada em consideração.

O GLOBO apurou que outra condição imposta pelo presidente será o direito à preferência para escolher os candidatos ao Senado e ao governo em estados-chave, como Rio e São Paulo. Na avaliação de interlocutores do chefe do Executivo, o PL tem uma vantagem sobre o PP: o poder é centralizado por Valdemar da Costa Neto, enquanto a sigla de Ciro Nogueira tem nomes fortes ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente em estados do Nordeste.

Assim como o ministro da Casa Civil, porém, o presidente do PL foi um histórico aliado de Lula. Alguns correligionários próximos de Valdemar dizem reservadamente que não descartam a migração do partido para o palanque de Lula, principalmente se o candidato petista continuar liderando as pesquisas de opinião no ano que vem. A eventual filiação de Bolsonaro seria, portanto, uma forma de praticamente garantir o apoio da legenda à sua reeleição.

Outros políticos ligados a Valdemar dizem que ele vê na possível chegada de Bolsonaro a oportunidade de fazer seu partido ganhar musculatura no Congresso, independentemente do resultado da disputa pela Presidência da República. O cálculo é: se a sigla eleger 45 deputados, o próximo inquilino do Palácio da Planalto, seja ele quem for, terá de se sentar com o PL para negociar.

Nomes ligados ao presidente já abriram conversas com o partido, como o ministro do Turismo, Gilson Machado, que pretende concorrer a uma vaga no Senado em 2022, ainda não se sabe por qual unidade da federação. Embora embrionárias, as negociações já esbarram em impasses. No caso da disputa pelo governo de São Paulo, por exemplo, o PL havia acertado uma pré-aliança com o vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), apoiado pelo governador, João Doria (PSDB), um dos maiores inimigos políticos do titular do Planalto. Hoje, não há uma solução definida para a questão.

A aproximação com o PL é mais um capítulo na longa procura de Bolsonaro por uma legenda, que teve início em novembro de 2019, quando ele saiu do PSL, pelo qual foi eleito. Nesse período, o presidente já negociou com diversos partidos, entre eles PTB, Patriota, DC, PSC, PMN, além de PP e até o próprio PSL. Em outras ocasiões, seu entorno já deu como praticamente certa a filiação em parte dessas siglas.

Para entrar no PL, Bolsonaro terá de recuar de uma das principais exigências que levava à mesa quando começou a se reunir com as legendas que o procuraram: assumir o controle nacional do partido. Como ocorreu na negociação com o PP, no entanto, ele sinalizou a Valdemar que abriria mão do plano de comandar a sigla. Caso contrário, seria praticamente impossível o cacique aceitar o ingresso do presidente da República.

O Globo

 

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