Bolsonaro retoma o lugar “Jairzinho Paz e Amor”

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro já teve dias muito ruins em quase três anos de (des)governo. Qual presidente não teve? Mas o de ontem certamente está entre os piores, pelo menos até agora. Nem tanto pelo que aconteceu, mas pelo o que projeta.

Ciro Nogueira (PP-PI), chefe da Casa Civil, diz acreditar que a economia estará em melhor situação às vésperas da eleição do ano que vem. Noves fora nem ele acreditar nisso, admitiu que a não ser assim a reeleição de Bolsonaro ficará difícil.

Pela segunda vez consecutiva, Arthur Lira (PP-AL), parceiro de Nogueira, adiou a votação na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição que abre espaço no Orçamento para R$ 83 bilhões de despesas extras em 2022, ano eleitoral.

A proposta enterra a lei do teto de gastos e dá um calote em dívidas judiciais vencidas. Os 83 bilhões servirão para pagar a brasileiros mais pobres um auxílio mensal de 400 reais e financiar obras em redutos eleitorais de parlamentares que apoiam o governo.

A taxa básica dos juros subiu de 6,25% para 7,75%. Foi o maior aumento autorizado em uma única reunião do Banco Central desde dezembro de 2002 quando o presidente ainda era Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Tudo porque a inflação disparou.

Não bastassem tantas más notícias de uma vez, Bolsonaro novamente escancarou o quanto será penoso para ele enfrentar provocações típicas de uma campanha eleitoral que na prática já começou. Em 2018, salvou-se delas com a facada em Juiz de Fora.

Entrevistado no programa “Pânico na TV”, da Jovem Pan, emissora assumidamente bolsonarista, ele ouviu e não gostou de uma pergunta feita pelo comediante André Marinho sobre se políticos envolvidos em rachadinhas não deveriam ser presos.

Foi na casa de André e do seu pai, o empresário Paulo Marinho, que Bolsonaro gravou em 2018 programas de propaganda eleitoral para o rádio e a televisão. Como André o imita à perfeição, Bolsonaro usou-o para que gravasse áudios no seu lugar.

“Ô, Marinho, você sabe que eu sou presidente, eu respondo por meus atos, tá ok? Não vou aceitar provocação sua. Não vou aceitar” – reagiu Bolsonaro. “O teu pai é o maior interessado na cadeira do Flávio Bolsonaro. Não tem mais conversa contigo”.

Em seguida, avisou à direção do programa: “Se o Marinho entrar mais uma vez na tela, vou embora”. E foi. Mas antes, sem saber que o programa estava no ar e empenhado em ser engraçado, Bolsonaro falou como se pede e se paga propina no Brasil:

— Manda um sapato 43 pra mim. E depois vem uma caixa cheia de verdinhas dentro.

Verde é a cor do dólar. Bolsonaro quase foi adiante ao perguntar aos entrevistadores se eles sabem “quanto vale uma vaga” para ministro do Supremo Tribunal Federal. Como é? Vende-se vaga para ministro do Supremo? Alertado, o presidente emendou:

— Então, é isso daí, isso é o Brasil; a gente apanha pra cacete, o tempo todo. E tem gente que não dá valor… Oh, tem que resolver tudo; não dá pra resolver tudo, vamos devagar.

O troco não tardou. Marinho, pai de André e suplente do senador Flávio Bolsonaro, respondeu em vídeo:

— Quem quer o mandato de Flávio não sou eu, capitão, mas o Ministério Público. […] E para terminar: você se lembra do nosso amigo Gustavo Bebianno? Com certeza já esqueceu. Mas ele não o esqueceu. Quanto você estiver chorando no banheiro do palácio, lembre-se dele, capitão. Ele não lhe esqueceu, tá bom?

Bebianno foi o primeiro chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro. Foi também o primeiro ministro a ser demitido. Sua cabeça rolou a pedido do vereador Carlos Bolsonaro, o Zero Dois. Bebianno enfartou e morreu um ano depois.

Marinho guarda o celular de Bebianno carregado de bombas contra Bolsonaro. Um dia a cobra vai fumar.

Metrópoles

 

 

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