Guedes adota discurso “social” às vésperas de ano eleitoral

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Foto: Andre Borges/NurPhoto/Getty Images

Após boatos que estava saindo do governo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, apareceu ao lado do presidente Jair Bolsonaro na tarde desta sexta-feira, 22. A coletiva, convocada após uma reunião entre os dois no Planalto, serviu para que Guedes justificasse os planos para bancar o Auxílio Brasil. As polêmicas da semana, como “licença para gastar” e a manobra da PEC dos precatórios para abrir espaço no teto de gastos foram reafirmadas. Como justificativa, o ministro afirmou “não adianta tirar 10 no fiscal e zero no social”, minimizando assim os efeitos do drible na âncora fiscal.

“Fui mal interpretado, o que precisamos é de uma licença para gastar um pouco mais, não acabar com o fiscal”, afirmou o ministro. Segundo Guedes, a equipe econômica preferia a solução de gastar cerca de 30 bilhões fora do teto à troca do período de correção da âncora que consta no relatório da PEC, porém, a solução encontrada também é válida.

Segundo o relatório da Proposta de Emenda à Constituição, além do limite de 40 bilhões de reais para o pagamento do precatórios em 2022 (quando vencem dívidas de 89,1 bilhões de reais), uma alteração na regra da correção do teto de gastos, considerando a inflação de janeiro a dezembro e não de julho a julho, como é atualmente. Com as mudanças, aponta o relator, seria aberto um espaço total de 83 bilhões de reais no Orçamento do próximo ano. Com esse espaço, seria possível bancar os 400 reais a 17 milhões de famílias durante o ano eleitoral.

Conforme mostra VEJA dessa semana, o mergulho do governo no populismo fiscal traz consequências econômicas, como ainda mais pressão na inflação e perda de confiança do investidor no Brasil. Na véspera, durante a apresentação do relatório da PEC e após uma semana de intensos ruídos sobre a fonte de custeio do Auxílio Brasil, quatro membros do Ministério da Economia, entre eles o secretário do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jefferson Bittencourt, pediram demissão. Sobre a debandada da equipe econômica, Guedes colocou panos quentes, colocando a juventude dos secretários como motivo para que eles não cedessem às negociações políticas e deixassem o governo. “Nós entendemos os mais jovens, nós entendemos a política que o teto é um símbolo, mas não vamos deixar os brasileiros desassistidos”. No lugar de Funchal, Guedes confirmou o ex-ministro do Planejamento, Esteves Colnago. Durante o anúnico, Guedes cometeu uma gafe, afirmando que André Esteves, sócio do BTG para o cargo.

Antes da defesa de Guedes ao furo no teto de gastos, Bolsonaro afirmou que tem “confiança absoluta” no ministroe que seu governo não fará “nenhuma aventura” na economia. “Tenho confiança absoluta nele, ele entende as aflições que o governo passa”, disse.

Sobre o valor de 400 reais, que foi um meio termo entre os valores defendidos pela ala econômica (300 reais) e da ala política (600 reais), Bolsonaro afirmou que não há irresponsabilidade. “Deixo claro a todos os senhores: esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura. Não queremos colocar em risco a nada no tocante à economia”. Segundo Bolsonaro, as dificuldades na economia, com crescimento da inflação, não acontecem somente no Brasil. Por aqui, porém, as tensões políticas têm estressado o dólar e a moeda tem efeito direto nos preços.

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