Presidente do PSL quer ser vice da “terceira via”

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Foto: Wenderson Araujo/Valor

O presidente nacional do PSL e futuro presidente do União Brasil, partido que nascerá da fusão da legenda com o DEM, deputado Luciano Bivar (PE), afirmou ao Valor que o novo partido se empenhará em lançar um candidato próprio à Presidência da República. Ele admite, entretanto, que há disposição de abrir mão da cabeça de chapa para compor a coligação da terceira via, caso o presidenciável de outro partido desponte mais competitivo nas pesquisas.

Após a convenção partidária que selou a fusão entre as duas legendas, Bivar aguarda a homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve ocorrer até o começo de 2022.

O partido estuda quatro possibilidades para a sucessão presidencial: o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o apresentador José Luiz Datena (PSL) e o ex-juiz Sergio Moro, que Bivar tenta atrair para os quadros da nova legenda.

“Se dentro dos quadros do União Brasil ninguém tiver disposição de ser candidato, não descarto fazer coligação com outros partidos que tenham as mesmas ideias que a gente”, adiantou. “Não faremos coligação com partidos que tenham posição antagônica à nossa do ponto de vista econômico”, completou.

O dirigente partidário descarta que a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro prevalecerá na corrida ao Palácio do Planalto em 2022. Em sua avaliação, nem metade do eleitorado decidiu quem apoiará na eleição do ano que vem.

“Menos de 50% dos eleitores já tomaram uma decisão. Por isso, não considero uma eleição polarizada. Não posso raciocinar sobre a hipótese de sobrar Lula e Bolsonaro. Acredito que um candidato de terceira via estará no segundo turno das eleições. Acredito na força das ideias sem menosprezar a força do poder”, analisou.

Ele reconhece que a maioria dos parlamentares alinhados com Bolsonaro deixará o União Brasil na janela partidária de março, mas acredita que essas baixas serão superadas e compensadas. A aposta de Bivar é que, mesmo após a debandada de alguns bolsonaristas, o novo partido ultrapassará a marca de 80 deputados.

“Com a janela partidária, entendemos que a balança vai ser positiva, vão entrar mais do que saíram”, aposta. “Não posso nominar, mas tenho recebido muitos deputados de outras legendas que estão comprometidos a vir para a nossa. Acredito que teremos um número confortável para que a gente mantenha mais de 80 parlamentares”, afirma, com otimismo.

Ele acrescenta que mesmo deputados da bancada bolsonarista estão inclinados a ficar no União Brasil: “Tenho recebido telefonema de alguns bolsonaristas que vão permanecer na legenda.”

Bivar ressalta que o novo partido não é uma “aventura”. Ele resume os objetivos do União Brasil: “Queremos representatividade, mas que sejamos competitivos, dentro dos princípios da moralidade. Não queremos marcar presença, queremos ter candidatos viáveis”.

Ao comentar a ofensiva do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sobre Rodrigo Pacheco, Bivar disse nunca ter visto o presidente do Congresso falar abertamente sobre a mudança de partido e ironizou o ex-ministro. “Kassab costuma vociferar coisas na política, mas coisas da cabeça dele. Gosto mais de ouvir no tête-à-tête, que discutir coisa da imprensa”.

Antes de fechar o acordo com o DEM, o PSL chegou a avançar nas negociações para se fundir com o PP. Mas divergências com o presidente licenciado da sigla e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), minaram as chances da articulação prosperar.

“Tanto com Ciro [Nogueira] quanto com o [Arthur] Lira, o relacionamento é da melhor qualidade. Ambos são políticos experientes. Entretanto, o partido deles é muito pulverizado em ideias e objetivos. No nosso partido, as ideias são muito mais conversadas”, alegou Bivar.

Bivar afirma que na questão das alianças estaduais, o PP seria “pulverizado no Brasil inteiro”, enquanto o novo partido já tem compromissos em vários Estados. “Com o DEM houve uma identidade mais histórica”, ponderou.

Ele negou que eventual filiação de Bolsonaro ao PP tenha sido um impedimento para a fusão com o PSL. “Em nenhum momento discutimos sobre Bolsonaro [com o PP]. Temos um sentimento de fazer uma união para não deixar ninguém desconfortável. Essa participação mais ativa do PP no governo torna eles com comprometimentos morais mais ligados ao governo do que nós, que estamos fora do governo”, completou.

O dirigente do futuro União Brasil ainda criticou a política econômica do governo Bolsonaro. Ele destacou que população está “ávida” por mudanças e que a atual gestão “está cheia de falhas econômicas”. “Números mostram que o desemprego aumentou, a inflação está altíssima, a cesta básica ficou muito mais cara, o combustível chegando a níveis nunca alcançados. São dados econômicos inegáveis”, observou.

Bivar também alfinetou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse que ficou “pasmo” ao ver o chefe da equipe econômica afirmando ter que escolher entre atender os “invisíveis” e parcelar os precatórios. “Ora, o filho é dele. Ele tem que atender os dois. Tem que acabar com os miseráveis de forma educacional, assistencial e com emprego e honrar os precatórios porque nós não somos república de banana. Ele simplesmente vai tirar isso para fazer uma campanha política. A gente fica pasmo”, concluiu.

Valor Econômico

 

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