Advogado de Bolsonaro quer saber quem pagou advogado de Adelio

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Foto: Reprodução

O mistério sobre a identidade de quem contratou a defesa de Adélio Bispo, autor da facada contra o então candidato Jair Bolsonaro em 2018, é a principal aposta do presidente para reabrir o caso. A Polícia Federal já concluiu em dois inquéritos que Adélio agiu sozinho, mas o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) tomou uma decisão, na semana passada, que pode dar início a uma nova investigação.

Por 3 votos a 1, os desembargadores da Segunda Seção do tribunal autorizaram a PF a analisar dados bancários e outros materiais apreendidos com o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, principal representante de Adélio. O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, espera que essas informações indiquem um suposto mandante do crime.

Segundo Wassef, um “caminhão de indícios” aponta que o autor da facada não tinha recursos nem tomou a iniciativa de contratar sua defesa. Ao autorizar as medidas contra o advogado de Adélio, a Justiça Federal em Juiz de Fora (MG) considerou que era necessária “a identificação do financiador, que se prontificou a arcar com o pagamento de elevados honorários, uma vez que nem Adélio ou seus familiares possuiriam condições de fazê-lo”.

Zanone Oliveira foi alvo de uma operação da PF no final de dezembro de 2018, mais de três meses após o atentado. Além de autorizar a quebra de sigilo bancário do defensor, referente ao período de setembro a dezembro de 2018, a Justiça Federal havia determinado a apreensão de livros caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários, além de seu celular.

Estas informações, contudo, ainda não haviam sido usadas devido a uma liminar emitida pelo TRF-1, em fevereiro de 2019. Essa liminar havia sido concedida pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com o argumento de que as medidas seriam uma quebra indevida do sigilo profissional dele, mas o tribunal reverteu a medida e autorizou o uso do material.

É a partir dessas informações que Wassef espera ver um novo desfecho para o caso. “Está documentado nos autos que a iniciativa da contratação não partiu do sr. Adélio Bispo de Oliveira, de seus familiares ou de seus amigos. Questiona-se então: de quem partiu?”, escreveu o representante de Bolsonaro em manifestação ao TRF-1, em maio deste ano.

Wassef afirmou ao UOL que a defesa de Adélio entrou em contradição, mais de uma vez, ao tentar explicar quem a teria contratado. No dia da facada em Bolsonaro, o primeiro a chegar a Juiz de Fora e falar em nome de Adélio foi o advogado Pedro Possa. Segundo a PF, ele havia afirmado inicialmente que foi procurado pela mãe de Adélio, mas ela já estava morta havia mais de dez anos.

Quando prestou depoimento à PF, porém, Possa afirmou que foi acionado pelo próprio colega, Zanone Oliveira, pedindo que fosse a Juiz de Fora para dar a primeira assistência jurídica a Adélio. Na ocasião, Possa defendeu-se afirmando que “em momento algum falou da mãe de Adélio, apenas disse que uma pessoa ligada à família teria procurado o Dr. Zanone”.

No inquérito, Oliveira alegou que foi procurado por um desconhecido que “se apresentou como conhecido de Adélio Bispo da cidade de Montes Claros”, no norte de Minas Gerais, e combinou com esta pessoa o pagamento dos honorários.

O advogado, porém, recusou-se a informar o nome do contratante, “por entender que tal dado encontra-se sob sigilo profissional e por temer pela integridade física” desta pessoa.

Procurado pelo UOL, o advogado Pedro Possa afirmou que a contradição apontada por Wassef foi uma “distorção” da PF e que a investigação já mostrou que não houve mandantes.

“A polícia tem vários outros meios, que não sejam pela violação do sigilo do advogado, para investigar isso”, afirma Possa. “Mas não vai chegar a nenhuma outra pessoa, como não chegou, porque não existe. Não existe financiador do crime. Existe pagamento de advogado, isso não é financiar crime”, defende.

Oliveira, por sua vez, declarou que sequer tem detalhes sobre o contratante, porque ele se apresentou apenas pelo primeiro nome e só pagou a primeira parcela dos honorários. O advogado conta ter combinado honorários de R$ 25 mil, sendo a primeira parcela de R$ 5 mil em dinheiro e as restantes em cheque. Os cheques, porém, nunca teriam sido enviados.

“Eu não tenho tenho os dados da pessoa, porque ela não voltou com documentos. Nós não celebramos contrato. Ficou só aquele contrato verbal. Mas ela não voltou para trazer os cheques”, afirmou.

Uol  

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