Hacker antirracista ajuda a combater fraudes eleitorais

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Foto: Wilton Júnior/Estadão

Aos 26 anos, Ana Carolina Silva das Neves da Hora, a Nina da Hora, como é conhecida nas redes sociais, se tornou referência da nova geração de pesquisadores e cientistas ligados à tecnologia no País. A infância humilde na periferia de Duque de Caxias (RJ), longe das telas dos computadores, não a impediu de sonhar em trabalhar com computação e despontar como uma grande “hacker”.

Em seus perfis nas redes sociais, Nina se apresenta como “hacker antirracista”, dedicada a pensar de forma crítica a inteligência artificial e a criar “tecnologias descoloniais que buscam reviver matrizes de conhecimento não restritas às experiências europeias”. Hoje, ela também se dedica à cibersegurança.

“Hackear, para mim, não está ligado só à computação, mas a hackear padrões, formatos, sempre em busca de algo mais coletivo e acessível”, afirmou Nina. “Minha vida foi sempre assim. Para mim, hackear é trazer para o mundo da tecnologia os interesses da sociedade. Custa muito, mas, ao final do dia, eu estou de boa com o que eu consegui contribuir.”

Atualmente, ela “hackeia” ambientes digitais e institucionais como integrante da Comissão de Transparência das Eleições no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, é pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (CTS-FGV), colunista da revista MIT Technology Review, do tradicional instituto norte-americano, e integrante do Conselho de Segurança da rede social TikTok.

O convite para participar da comissão do TSE partiu do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que, em setembro, criou um grupo de trabalho para “ampliar a transparência e a segurança” nas eleições. No tribunal, o dia a dia de Nina é ocupado pela avaliação das etapas do processo eleitoral. Outros 11 representantes da sociedade civil, das Forças Armadas, do Congresso e de órgãos de controle integram o grupo.

“O que se propõe é a necessidade de expor informações para conquistar a confiança dessas pessoas. É algo que faz muita diferença num mundo dominado por redes sociais em que a gente fala tudo”, disse Nina.

A pesquisadora também tem se dedicado a fazer da Justiça Eleitoral um canal de interlocução com os jovens. “É importante haver jovens em espaços onde antes só haveria pessoas mais velhas porque, se a gente fizer o nosso trabalho bem, isso abre porta para outros”, afirmou Nina. “Eu vejo nesse processo do TSE uma tentativa de manutenção da democracia, com foco na maior proximidade com os jovens, sabendo do impacto que eles podem ter no futuro.”

Para Nina, o convite do TSE surgiu da tentativa de “traduzir o processo tecnológico por trás das eleições”, a fim de que a “galera” entendesse o perigo das fake news. “A tecnologia é para a democracia e para a sociedade.”

Desde pequena, Nina tinha como passatempo fazer experimentos científicos. Aos 15 anos, abriu mão da valsa de debutante por um ingresso para um festival de dois dias de computação gráfica no Rio. Teve o primeiro computador só aos 16, mas, desde os 12, já sabia regras básicas de programação.

Depois de conciliar o ensino fundamental com cursos profissionalizantes, ingressou em Ciência da Computação na PUC-Rio, curso que está em vias de concluir.

Os grandes exemplos da jovem pesquisadora são o físico senegalês Cheikh Anta Diop e a avó materna, pedagoga aposentada. “A maior cientista a que eu tenho acesso é minha avó. Ela tece o raciocínio lógico de forma muito fácil. É minha referência.”

Estadão

 

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