Pfizer já tem vacina adaptada ao ômicron

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Foto: Reprodução/ CNN

A presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, disse à Folha que o novo contrato com o Ministério da Saúde prevê a entrega de vacinas contra Covid adaptadas às novas variantes do coronavírus.

Formalizado nesta segunda-feira (29), o acordo garante ao Brasil 100 milhões de doses do imunizante em 2022, com opção de comprar mais 50 milhões de unidades.

Díez disse que a farmacêutica ainda avalia se a sua vacina perde força em contato com a ômicron, uma cepa potencialmente mais transmissível da Covid-19, identificada inicialmente na África do Sul. A ideia é que os resultados sejam divulgados “nas próximas semanas”, em dezembro.

A Pfizer ainda não decidiu se precisará atualizar a sua vacina para enfrentar as novas formas do vírus, mas, pelo contrato, o Brasil receberia essas doses adaptadas já em 2022.

Se necessária uma mudança no produto, conta ainda Díez, ela pode ser desenvolvida em seis semanas. Depois, seriam mais cem dias para ele ser produzido e então entregue.

“A maior diferença entre os dois contratos é de definição de produto. O acordo de 2021 só inclui a vacina já desenvolvida. Agora a abrangência é maior, o ministério teria acesso a estes novos desenvolvimentos”, disse a presidente da companhia nesta segunda.

Díez participou de evento em Salvador para assinatura do contrato do governo federal com a Pfizer, para a campanha de imunização do próximo ano.

A presidente da companhia disse também que está avançando um acordo de produção da vacina contra a Covid com o laboratório brasileiro Eurofarma e que, ainda em 2022, o ministério pode utilizar doses envasadas no Brasil.

A espanhola Díez passou a comandar a Pfizer no Brasil em fevereiro, no momento em que governo Bolsonaro se aproximava do primeiro acordo com a farmacêutica.

Antes, o mandatário e seus auxiliares desdenharam da vacina, travaram mudanças na legislação que facilitariam a compra e acusaram o laboratório de impor “cláusulas leoninas”.

Segundo Díez, as cláusulas do contrato para a aquisição de vacinas em 2022 continuam as mesmas do primeiro assinado pelo Ministério da Saúde. A novidade é a possibilidade de o Brasil receber as doses adaptadas às variantes.

O ministério já entregou 147 milhões de doses da Pfizer, o modelo mais usado no Brasil e recomendado pelo governo para ser aplicado como dose de reforço. A farmacêutica também é a única com aval para aplicação do imunizante em adolescentes de 12 a 17 anos e aguarda aprovação do uso em crianças a partir de cinco anos.



Quando a Pfizer deve divulgar estudos sobre eficácia da vacina contra a variante ômicron? Agora mesmo a companhia está estudando o impacto da variante na imunização que tem nossa vacina hoje.

Devemos ter resultado em dezembro, nas próximas semanas, se a vacina atual é suficiente ou se será necessário desenvolver nova versão.

Caso não seja eficiente para a nova variante, o que estão planejando? Uma das vantagens dessa tecnologia de mRNA é que o desenvolvimento de novo imunizante é muito rápido. Precisa apenas do sequenciamento do RNA deste vírus para fazer a nova vacina.

A companhia está estimando que, para desenvolver o novo modelo [se for necessário], seria rápido E para produzir, também. Seriam seis semanas para desenvolver o produto e mais cem dias para a produção.

No contrato com o Ministério da Saúde de 2022, há previsão de a Pfizer entregar novo modelo de vacina, adaptado às variantes? Sim. A definição do produto neste novo contrato é bem abrangente, inclui a versão atual, mas também novos desenvolvimentos, caso seja necessário para as novas variantes, seja a ômicron ou outras.

Esse contrato inclui essas possíveis novas versões das vacinas, assim como diferentes faixas etárias, caso o ministério queira ampliar.

Houve alguma mudança significativa nas cláusulas deste novo contrato? Como foi a negociação com o ministério? A decisão foi mais simples. Não é a mesma coisa decidir pela primeira vez sobre o contrato do que uma revisão. Foi mais rápido, mas mesmo assim precisa de algum tempo.

Mesmo o volume que o Ministério da Saúde queria, precisou de um tempo para decidir. São 100 milhões de doses, com 50 milhões a mais, opcionais. Caso o ministério decida que precise de mais, tem essa possibilidade.

A maior diferença entre os dois contratos é na definição do produto. O acordo de 2021 só inclui a vacina já desenvolvida. Agora a abrangência maior, o ministério teria acesso a estes novos desenvolvimentos.

O Ministério da Saúde propõe usar a dose da Pfizer como reforço mesmo para quem recebeu outro modelo no ciclo básico. Como a Pfizer avalia este debate? Uma questão difícil. Os dados clínicos realmente foram feitos com dose de reforço para pessoas que tomaram a vacina da Pfizer.

Na realidade ninguém tem dados clínicos de dose de reforço para diferentes vacinas. Governos têm de utilizar dados de vida real. Outros países já fizeram esse modelo. Para o momento não parece ter problema.

Já aconteceu em países, como da Europa, fizeram a primeira dose da AstraZeneca, segunda da Pfizer. Mesmo antes da dose de reforço. Tem de ver os dados clínicos de segurança.

Os diretores da Anvisa receberam ameaças pelo debate sobre vacinar crianças, o presidente Bolsonaro é um vetor de desinformação. Como a Pfizer vê esse movimento antivacina no Brasil e no mundo? É um tema de preocupação claramente para todo mundo. O movimento antivacina é preocupante no mundo.

O Brasil não tem um movimento antivacina tão forte como em outros países. Você olha para os Estados Unidos, que começaram quatro, cinco meses antes a vacinar e a taxa de imunização é mais baixa que a do Brasil.

Sempre vai ter alguns países de pessoas que são contra a vacina, mas a vacina precisa ser voluntária.

As pessoas têm a liberdade de escolher não se vacinar, se preferirem não se vacinar, mas têm de entender que as vacinas salvam vidas. Nós protegemos as pessoas que estão ao redor de nós quando nós nos vacinamos.

RAIO-X
Marta Díez, 44
Presidente da Pfizer no Brasil. Nascida na Espanha, formou-se em engenharia e tem mestrado em tecnologia de imagem médica e MBA em negócios. Foi presidente da unidade que trata dos negócios da Pfizer na Bolívia, Chile, Equador e Peru, também exerceu cargos na farmacêutica em países da Europa e do Oriente Médio. A executiva tem passagem pela Sandoz, GE Healthcare e pelo grupo The Boston Consulting Group, na Espanha

Folha de S. Paulo

 

 

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