Prefeito de SP assume oposição a Bolsonaro

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Foto: Pedro Ladeira

Aos seis meses de gestão, Ricardo Nunes (MDB) vestiu de vez o figurino de prefeito de São Paulo. Na primeira semana de novembro o prefeito antagonizou duas vezes com o presidente Jair Bolsonaro, protagonizou um grande evento evangélico na cidade e entregou a primeira obra de sua gestão: o Parque Augusta Bruno Covas.

Sempre que questionado sobre as eleições de 2022, Nunes responde ser cedo para definições eleitorais. Mas, no jogo político, o prefeito está ativo e tem o ex-presidente Michel Temer como um de seus mentores.

Nunes adotou uma comunicação mais direta ao discursar e conceder entrevistas. Deu mostras disso ao defender seu ponto de vista, antagônico ao do governo federal, em duas ocasiões na semana passada. Tratavam da vacinação contra a covid-19 e das tarifas do transporte público.

No primeiro tema, a questão foi a obrigatoriedade de vacinação para funcionários públicos. Na cidade de São Paulo, a prefeitura decidiu exonerar servidores que se recusem a tomar o imunizante. Três pessoas foram demitidas nessas condições. Mas, no feriado, o governo federal baixou portaria impedindo a punição de funcionários não vacinados.

Nunes disse que só vai alterar a ordem se houver uma decisão judicial que o impeça. O prefeito anunciou que a medida está sendo ampliada para funcionários das autarquias municipais.

Ao comentar a decisão, em entrevista ao vivo para uma emissora de TV na sexta, Nunes afirmou que São Paulo é a “capital mundial da vacina”. Além de testar o slogan, o prefeito destacou que a cidade se aproxima de zerar o número diário de mortos por covid-19.

A outra divergência em relação ao presidente da República foi sobre a alta no preço dos combustíveis no país. Nunes reconheceu na quinta que, diante desse cenário, “é inevitável” aumentar a tarifa do transporte público em São Paulo. E relacionou isso ao descontrole do governo federal sobre o preço do diesel, que aumentou 65%.

No dia seguinte, o prefeito contemporizou ao dizer que havia feito a correlação “sem nenhuma crítica”, mas sim como uma “observação prática” sobre o cenário nacional. “Não tem como dizer que isso não vai refletir no preço do transporte”, afirmou Nunes ao inaugurar uma estação de trem na zona sul da cidade, ao lado de Doria. O governador escalou a crítica a Bolsonaro. Afirmou que há um “total descontrole por parte do governo federal”.

No feriado de Finados, Nunes foi a principal autoridade política no evento Marcha Para Jesus, na capital. O prefeito levou ao palco do evento evangélico a mulher dele, filhos e genros. Católico, foi bem-recebido pelo público e homenageado pelo bispo Estevam Hernandes, da Renascer em Cristo. O líder religioso louvou os esforços do prefeito para viabilizar o encontro, o primeiro presencial no pós-pandemia.

No sábado, logo pela manhã, o prefeito comandou a inauguração do Parque Augusta, que teve o nome adaptado para incluir uma homenagem a Bruno Covas (PSDB), morto em maio de câncer. A entrega vinha sendo adiada há décadas, por entraves burocráticos, e tem potencial para se tornar uma marca positiva da gestão.

O prefeito começa a parecer mais confortável no cargo em um momento de pressão sobre ele. Nunes enfrenta uma greve dos servidores municipais, contrários à proposta da prefeitura para alterar a previdência. O projeto Sampaprev 2, que muda regras para servidores que não estão na ativa, tem potencial para causar desgaste a Nunes. Servidores decidiram quinta-feira manter a greve pelo menos até a metade da próxima semana. Protestos com carro de som e megafone em frente ao prédio da prefeitura e da Câmara, no centro da cidade, se tornaram rotina.

Valor Econômico

 

 

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