Wagner Moura repudia covardia do bolsonarismo

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Foto: Bob Wolfenson/Divulgação

“‘Marighella’ não é apenas sobre quem resistiu à ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970, é sobre os que resistem hoje no Brasil”, afirmou o ator Wagner Moura nesta segunda (1º) em entrevista ao Roda Viva, que lança seu primeiro longa como diretor nesta quinta (4).

Para ele, a luta do guerrilheiro vivido por Seu Jorge no filme aponta para toda uma história pregressa do Brasil. “[O filme] homenageia também Canudos, Palmares, a Revolta dos Malês e outras revoltas populares que sempre foram contadas sobre o ponto de vista do dominador.”

“Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 milhões de mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo”, afirmou ao comentar momentos do filme.

Acompanhando sessões de pré-estreia do filme, Moura contou estar entusiasmado com a recepção, sobretudo do público jovem e envolvido com movimentos sociais, e também relembrou a dificuldade de captação de recursos e da saga tortuosa de lançamento do Brasil.

“A questão com a Ancine foi uma situação absolutamente clara de censura”, disse. A respeito de uma declaração de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, que apelidou Marighella de “psicopata comunista”, Moura recusou-se a comentar. “Eu não tenho nenhum respeito por nenhuma declaração de quem faça parte desse governo. Nem esse cara, nem aquele da secretaria de Cultura, eu não vou comentar”.

“A gente não pode admitir um governo federal trabalhando para que um filme não aconteça. Até hoje tem gente do governo falando mal, mobilizando sua militância digital para dar nota baixa no IMDb. É uma luta bruta, e isso diz mais sobre o estado das coisas do que sobre o filme. Você não precisa gostar, mas você não pode trabalhar para que o debate cultural seja interditado”, conta.

O ator apontou ainda ameaças feitas à produção e um ataque foi por homens encapuzados a um campo do MST em Prado, na Bahia, onde o filme deve ser exibido. “Eu não tenho medo dessa gente, são covardes”, declarou. “Fazer um filme sbore Marighella no Brasil faz parte de um movimento contra o fascismo do qual me orgulho de participar”.

Participaram da bancada do programa Marcos Augusto Gonçalves, editor da Ilustríssima e editorialista da Folha; Chris Maksud, apresentadora do programa Brasil Jazz Sinfônica; Flavia Guerra, jornalista especializada em cinema; Marina Caruso, editora-chefe da revista Ela, do jornal O Globo; e Roger Cipó, apresentador do Preto à Porter e colunista da Elástica.

Folha de S. Paulo

 

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