Aras volta a atuar como advogado de Bolsonaro em denúncia ambiental

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Dida Sampaio/ Estadão

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou, nesta terça-feira, 7, ao Supremo Tribunal Federal, manifestação contrária à ação que pede a elaboração de um plano do governo federal para impedir o desmatamento no Pantanal. Na avaliação do chefe do Ministério Público Federal, as atribuições relacionadas às políticas públicas de proteção ambiental são dos Poderes Executivo e Legislativo, que tem ‘representantes eleitos e pessoal técnico com expertise específica para lidar com a questão’.

“O Judiciário há de pautar a aplicação dos princípios da prevenção, da precaução e da proibição do retrocesso ambiental de forma a velar pela preservação da esfera de tomada de decisão política e administrativa, atribuída constitucionalmente às instâncias democráticas e representativas”, argumenta Aras.

O PGR diz ainda que ‘existem ações concretas do Poder Público voltadas a minimizar ou a frear os efeitos dos incêndios’. Segundo o Ministério Público Federal, a ponderação leva em consideração informações apresentadas pela Presidência da República, com dados do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio).

“Substituir a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo pelas ações pretendidas pelos requerentes representaria ingerência do Judiciário no mérito das ações adotadas, para impor determinado modo de agir em sobreposição aos órgãos competentes, providência incompatível com o objeto da ADPF e com a própria função jurisdicional”, sustenta Augusto Aras.

Em setembro, uma coalizão de 32 entidades de defesa do meio ambiente chegou a pedir prioridade na tramitação do caso que era de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho. Em carta enviada aos ministros, o grupo acusou omissão do Planalto e dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul diante dos riscos ao bioma.

Agora o processo deve ser herdado por André Mendonça, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro. A posse do novo ministro será realizada no dia 16 de dezembro

O Pantanal sofreu em 2020 com o maior número de focos de incêndio desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a monitorar e consolidar dados de queimadas, em 1988. A situação em 2021 continua preocupante: um levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ) aponta que, desde o início do ano, os incêndios consumiram 1,3 milhão de hectares do bioma, o que corresponde a 8,7% do total. A média histórica é 712 mil hectares até essa altura do ano, segundo os pesquisadores.

Aras deu parecer contrário à ação sobre os incêndios no Pantanal citando não só as atribuições do Executivo e do Legislativo quanto às políticas ambientais, mas alegando ainda ‘motivos processuais’.
O PGR alegou que a avaliação das medidas implementadas no campo da política ambiental necessita da verificação de aspectos técnicos e operacionais, além da produção de provas, o que não pode ser feito em ação de controle objetivo de constitucionalidade – tipo de instrumento processual escolhido pelos partidos da oposição para entrar com a ação no STF.

Aras também sustentou ‘necessidade de análise prévia de outras normas infraconstitucionais para verificar a suposta ofensa à Constituição Federal’ e ainda argumentou que a ação não especificou, com clareza, quais atos do Poder Público deveriam ser praticados, não demonstrou como se deu a omissão do governo.

“Embora imputem falha estrutural à atuação do Poder Público – mais precisamente em relação à União – no combate às queimadas e aos desmatamentos ocorrentes no Pantanal, os arguentes não delimitaram quais atos comissivos ou omissivos são objeto de impugnação”, ponderou o PGR.

Estadão  

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf