Bolsonaro antecipa como Mendonça irá votar no STF e volta a atacar Moraes

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Foto: Lucio Távora/Xinhua

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar nesta quarta-feira (8) o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, cuja atuação classificou como um “abuso” após se queixar de ser alvo de um novo inquérito.

Durante a mesma entrevista ao jornal Gazeta do Povo, do Paraná, Bolsonaro ainda disse que o seu segundo indicado à corte, André Mendonça, se posicionará a favor do marco temporal no STF para a demarcação de terras indígenas, da mesma forma que defendia quando era ministro em seu governo.

Moraes determinou a abertura de uma nova investigação para apurar a conduta do chefe do Executivo por ter feito uma falsa relação, durante uma live, entre a Aids e a vacinação contra a Covid-19.

Nesta quarta, Bolsonaro voltou a jogar dúvidas sobre a imunização e disse que um ministro seu passa mal por tomar a dose de reforço.

“Isso é uma violência praticada por um ministro do Supremo que agora abriu mais um inquérito em função de uma live que eu fiz há poucos meses. É um abuso”, disse o presidente, sem citar o nome de Moraes, ao fazer referência à ordem de prisão do aliado caminhoneiro conhecido como Zé Trovão.

“É o que eu disse: ele está no quintal de casa. Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem tá avançando é ele, não sou eu”, completou.

Bolsonaro aproveitou ainda para repetir algo que tem dito em últimas declarações: que o presidente eleito em 2022 poderá indicar mais dois nomes ao Supremo Tribunal Federal em seu primeiro ano de mandato.

Ele disse saber como o ministro André Mendonça votará no julgamento do marco temporal no STF para a demarcação de terras indígenas.

“Tenho certeza qual é a posição do André no tocante ao novo marco temporal. Porque isso, como AGU, como ministro da Justiça, já trabalhou comigo contra essa questão que está no STF, que está em votação ainda, está 1 a 1 o placar”, afirmou.

“Já sabemos que o André vai ser um voto para o nosso lado. Isso não é tráfico de influência, é que nós sabemos, dado o comportamento dele”, completou o presidente. Segundo Bolsonaro, sobre “pautas conservadores” ele nem precisa conversar com o ex-auxiliar.

A corte deve dar a palavra final sobre o debate em torno do marco temporal para reconhecimento de áreas tradicionais. O tema opõe indígenas e o agronegócio, que faz parte da base eleitoral do presidente.

O agro defende que os ministros determinem que os indígenas só podem ter direito sobre terras que já estavam ocupadas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Mendonça foi aprovado, na semana passada, pelos senadores para ocupar a vaga no Supremo. Ele contou com a ajuda de líderes evangélicos de todo o país.

Nesta quarta-feira, o chefe do Executivo também disse que já está conversando com um possível vice para compor sua chapa para concorrer à reeleição no ano que vem. “Não pode ser um casamento de última hora”, afirmou.

Segundo ele, poderia ser um general de quatro estrelas. Ainda que Bolsonaro não tenha citado, o nome do ministro Braga Netto (Defesa) passou a ser citado nos últimos dias.

Segundo o presidente, há ministros que querem se cacifar, dois nomes circularam e já estão riscados. Ele não explicou quais nomes seriam esses —os nomes dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações) também circularam no meio político.

Bolsonaro teme colocar um vice que agrade ao Parlamento, por medo de que possa ser alvo de pedido de impeachment. Na leitura de auxiliares palacianos, ele só não foi afastado do cargo porque os parlamentares não gostam de Hamilton Mourão, seu atual vice.

Assim como tem feito nas últimas semanas, o presidente também voltou a carga contra o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, na entrevista desta quarta. “Não tem coração, nenhum, zero, não tem gratidão, nenhuma, zero. Só tem interesse pessoal, mais nada”, disse.

Segundo o presidente, ele já queria demiti-lo há mais tempo, mas não conseguia, devido à sua popularidade. Bolsonaro confessou desgostar do ex-juiz da Lava Jato desde os tempos em que seus apoiadores defendiam a nomeação dele para o Supremo.

Folha de S. Paulo

 

 

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