Inflação alta já afeta economia e empobrece famílias e empresas

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Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

A inflação de dois dígitos já cobra seu preço no crescimento econômico do país. No trimestre da reabertura, quando o avanço da vacinação permitiu a retomada do comércio, dos serviços e a volta à rotina da maior parte das atividades, o consumo das famílias brasileiras cresceu abaixo do previsto pelos analistas. E a produção da indústria foi afetada por um forte aumento de custos.

A alta dos preços, assim, foi um dos motivos para o Brasil ter entrado em recessão técnica no último trimestre, quando o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) recuou 0,1%.

Entre junho e setembro, as famílias brasileiras gastaram 0,9% a mais frente ao segundo trimestre. E, segundo o economista Rodolfo Margato, da XP, o consumo poderia ter sido maior, não fosse a inflação.

Nos 12 meses encerrados em setembro, a inflação subiu 10,26%. Um ano antes, esta alta era bem menor: 3,14%. Não por acaso, o comércio registrou queda no PIB, de 0,4%, refletindo o menor poder de compra dos consumidores, destaca Margato.

Na indústria, a pressão de custos também aparece nos números do PIB. O setor ficou estagnado no último trimestre e só não sofreu retração graças à construção civil e a atividades extrativas, como petróleo e mineração. A indústria de transformação teve queda de 1%.

“As restrições de oferta e a forte elevação dos custos de produção e distribuição, com a disparada nos preços de energia e transporte marítimo, vêm prejudicando bastante o setor industrial desde o segundo trimestre deste ano”, escreveu o economista da XP em relatório.

A bancária Luciana de Lima, de 49 anos, sentiu no bolso o efeito da inflação. Após completar a vacinação contra Covid, voltou a frequentar restaurantes e se assustou com os preços. O almoço com os pais e os três filhos aos sábados e domingos teve aumento de 40%.

Para conter as despesas, cortou as saídas à metade. Mas não pretende abandonar os passeios por se tratarem do momento de lazer da semana.

Moradora de Copacabana, ela tamém se espantou com o valor do self-service, que chega a R$ 70 o quilo no bairro. Por isso, passou a optar por quentinhas que, segundo ela, lhe permitem uma economia de 50%

— Eu voltei a frequentar (restaurantes) no início de outubro e tive um impacto grande. Prefero picanha. Mas, hoje, está uns 30% mais cara — lamenta.

No Bar do Mineiro, parada tradicional no circuito de bares cariocas, em Santa Teresa, a alta dos preços doa alimentos fez o estabelecimento reajustar os pratos em 50%. Ainda assim, o bar fica cheio.

As vendas voltaram ao ritmo de antes da pandemia, e o gerente Alexandre Paixão espera que dezembro supere o patamar de 2019. Com o reaquecimento, contratou mais três funcionários e, em novembro, a espera média por uma mesa chega a 40 minutos nos finais de semana.

— De junho para cá, a demanda vem aumentando. No fim de semana, temos fila de espera, o que não tínhamos há poucos meses — conta Paixão.

Na 2Rios Lingerie, localizada na cidade de Joinville, em Santa Catarina, o que mais preocupa são os aumentos de preços dos insumos.

— Antes, havia um ou dois aumentos no ano. Neste ano, perdi a conta de quantas vezes o valor dessas matérias-primas aumentou.

Foram reajustes de até 10%. Em alguns casos, como no elástico, o aumento acumulado chegou a 40% até agora — diz Tamiris Bazzanella, diretora-executiva da empresa.

A companhia, com 31 anos de mercado, também sofre com falta de matéria-prima e atraso na entrega. Para driblar essa situação, a 2Rios ampliou os estoque em mais de 20%.

— Não deixei de atender nossos clientes e vamos manter a produção de cerca de 2 milhões de peças este ano — afirma. Mas ainda falta fio de algodão e poliamida (fio de microfibra) para confecção dos tecidos e, consequentemente, das peças. Também estão faltando insumos químicos para tingimento.

O Globo 

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