Municípios com desmatamento têm mais pobreza

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Foto: Edilson Dantas / Agencia O Globo

Um estudo liderado pela Imazon comprova a relação do desmatamento com o baixo desenvolvimento, a pobreza e as más condições de vida. De acordo com Índice de Progresso Social (IPS) dos 772 municípios da Amazônia Legal. além da média dos municípios da região ser 16% menor que a nacional, os que mais desmatam estão num cenário ainda pior.

Este levantamento comprova que é errada a fala do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, durante a COP 26 em novembro. Disse que o ‘onde há floresta, há muita pobreza’, dando a entender que o desmatamento é uma atividade que ajuda a movimentar a economia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também declarou no Fórum Econômico Mundial em janeiro do ano passado que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer” . Só que a correlação é outra: o município que desmata empobrece.

O IPS é um índice criado em 2013 para analisar as condições sociais e ambientais dos países, estados e municípios. Analisa variáveis socioambientais para gerar uma nota de 0 a 100, do pior para o melhor.

Conforme o estudo, os 20 municípios com as maiores áreas de floresta destruídas nos últimos três anos tiveram IPS médio de 52,38, valor 21% menor que o índice do Brasil, de 63,29, e mais baixo que o da Amazônia, de 54,59.

Entre esses 20 municípios campeões no desmatamento, a situação mais crítica é a de Pacajá (PA), que teve o menor IPS e o segundo pior de toda a Amazônia: 44,34. O município de quase 50 mil habitantes desmatou 690 km² entre 2018 e 2020, segundo o Inpe (Prodes), ficando em sétimo lugar no ranking dos que mais devastaram a floresta no período.

Além de Pacajá, outros seis municípios da lista dos 20 maiores desmatadores não conseguiram atingir 50 pontos no IPS, ficando nas 70 piores colocações entre todos os 772 municípios da Amazônia Legal. São eles: Portel (PA), Apuí (AM), Senador José Porfírio (PA), Novo Repartimento (PA), Uruará (PA) e Anapu (PA). Os dois municípios líderes no ranking do desmatamento, Altamira e São Félix do Xingu, ambos paraenses, tiveram IPS de 52,95 e 52,94, respectivamente, também abaixo das médias da Amazônia Legal e do Brasil.

O Globo

 

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