PGR é “bombril” de Bolsonaro

Opinião, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Lúcio Tavora/Xinhua/DENISE ANDRADE/ESTADÃO

O procurador-geral da República, Augusto Aras, passou a ser o “bombril” do governo Bolsonaro, ou seja, é visto como de mil e uma utilidades.

Numa live insana de ampla difusão pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro associou, sem nenhuma comprovação científica, as vacinas contra a covid-19 a uma maior contaminação pelo HIV.

A partir daí, Bolsonaro voltou a atacar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre Moraes depois do recuo da tentativa de golpe de 7 setembro e da carta de retratação que assinou e foi redigida por Michel Temer.

Como se sabe, o ministro Moraes requisitou a instauração de inquérito criminal sobre o mencionado fato mentiroso e alarmante: correlações vacinas-HIV.

Parêntese: nem precisaria requisitar, pois a materialidade e a autoria do crime estão já comprovadas. E o dolo, a intenção, é presumido por lei. Ou seja, caberia a Bolsonaro a posterior prova de não ter tido a intenção de difundir mentirosa e preocupante informação. Fecho parêntese.

Bolsonaro, pós-live, mudou de estratégia e voltou a desafiar o STF.

Por exemplo: Bolsonaro reprovou as decretações das prisões cautelares –fundadas no princípio constitucional da necessidade– do político Roberto Jefferson, notório corrupto, e de Zé Trovão, que se apresenta como líder caminhoneiro e articulador de greves no setor de transporte de cargas. Vale lembrar, ter o STF rejeitado pedido liberatório em favor do paciente Zé Trovão: a Corte suprema entendeu legal e oportuna a decretação da prisão cautelar.

A partir desse quadro, tenta-se passar o “BOMBRIL”. Aras, por petição, alega não ter sido omisso e, em outras palavras, não caber a requisição de abertura de inquérito feita pelo ministro Moraes.

Mais ainda, Aras pede ao STF o afastamento de Moraes do caso pela ausência de relação do fato novo (covid-HIV) com as apurações sobre fakenews e ameaças a ministros do STF (inquérito judicial, aprovado em plenário).

A lei processual penal, a respeito, é tão clara como o sol do meio-dia.

Diz a lei processual penal, com todas as letras: “Nos crimes de ação pública, o inquérito policial será iniciado : – Mediante requisição da autoridade judiciária” (artigo 5º. II, do Código de Processo Penal- CPP).”

Como se nota, o ministro Moraes tinha apoio na lei (CPP) para requisitar (determinar) a instauração de inquérito contra Bolsonaro.

A decisão de Moraes serviu para aniquilar uma técnica protetiva –e sem aparência jurídica– de Aras para blindar Bolsonaro.

A respeito de blindagem, isso aconteceu quando Aras recebeu o relatório da CPI da Covid, Aras transformou noticias de crimes numa miríade de apurações preliminares. Não apresentou nenhuma denúncia criminal, apesar da fartas e induvidosas provas.

Apurações preliminares não têm forma e nem figura de inquérito. É algo insosso, para procrastinar, ou, e como se diz no popular, “ensebar”.

Tecnicamente, não se pode afirmar — como precipitadamente faz Aras– pela ausência de conexão entre fatos em apuração.

Como até um leigo pode perceber, Bolsonaro atua numa estratégia única de tumultuar e confrontar. Em síntese, tudo tem correlação e nada deve ser separado, partido.

Pano rápido. No papel de “bombril”, o procurador Augusto Aras esquece seu fundamental papel de representar o interesse do Estado e não o do governo presidencial de turno.

Uol 

Assinatura
CARTA AO LEITOR

O Blog da Cidadania é um dos mais antigos blogs políticos do país. Fundado em março de 2005, este espaço acolheu grandes lutas contra os grupos de mídia e chegou a ser alvo dos golpistas de 2016, ou do braço armado deles, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava jato.

No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.

O trabalho do Blog da Cidadania sempre foi feito às expensas do editor da página, Eduardo Guimarães. Porém, com a perseguição que o blogueiro sofreu não tem mais como custear o Blog, o qual, agora, dependerá de você para continuar existindo. Apoie financeiramente o Blog

FORMAS DE DOAÇÃO

1 – Para fazer um depósito via PIX, a chave é edu.guim@uol.com.br

2 – Abaixo, duas opções de contribuição via cartão de crédito. Na primeira, você contribui mensalmente com o valor que quiser; na segunda opção, você pode contribuir uma só vez também com o valor que quiser. Clique na frase escrita em vermelho (abaixo) Doação Mensal ou na frase em vermelho (abaixo) Doação Única

DOAÇÃO MENSAL – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf

DOAÇÃO ÚNICA – CLIQUE NO LINK ABAIXO
https://www.mercadopago.com.br/subscriptions/checkout?preapproval_plan_id=282c035437934f48bb0e0e40940950bf