Quedas do comércio sinalizam recessão no país

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Foto: Andre Coelho/Getty Images

O ritmo de vendas no comércio varejista brasileiro continua baixo. Apesar da melhora da situação sanitária do país, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o setor tem sentido a queda do poder de compra das famílias, consequência direta do efeito da inflação na economia. Em outubro, o varejo recuou 0,1%, acumulando seu terceiro mês consecutivo de queda, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo IBGE. Muito embora o resultado tenha sido mais brando que as quedas registradas em agosto (-4,1%) e setembro (-1,1%) e considerado como estável, a sinalização é de lentidão da atividade econômica.

O resultado negativo do mês contraria as expectativas do mercado, que estimava um avanço de 0,6% no setor. “Este dado mostra que o quarto trimestre começou mal e reforça a perspectiva de desaceleração”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton em comunicado a investidores. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, o varejo encontra-se 6,4% abaixo do patamar recorde, alcançado em outubro de 2020. Tanto no ano quanto em 12 meses, o setor acumula ganho de 2,6%.

Na comparação com outubro do ano passado, o recuo é de 7,1%. Vale lembrar que em outubro deste ano, o governo pagou a última parcela do auxílio emergencial a 39 milhões de brasileiros, com valor médio de 250 reais. No ano passado, o programa atendeu 68 milhões de pessoas, com benefício base de 600 reais, impulsionando substancialmente as vendas no período.

Estável
Na avaliação do IBGE, a estabilidade do comércio no mês foi disseminado por cinco das oito atividades investigadas pela pesquisa, que a assim como o resultado geral, variaram pouco, mas para baixo. Entre elas, as variações mais intensas foram registradas pelos setores de livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,5%), combustíveis e lubrificantes (-0,3%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).

“Essa variação de -0,1% se compõe de muita estabilidade, inclusive em praticamente todas as atividades. Então não há protagonismo nessa composição para nenhuma delas. Já vimos há alguns meses o setor de hiper e supermercados, que tem um peso grande, puxando o índice para cima. Mas não foi o que aconteceu em outubro, mês em que tivemos um equílibrio entre os setores”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%) também ficou estável na passagem de setembro para outubro.

Já os setores que cresceram no período foram tecidos, vestuário e calçados (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%). “A atividade de tecidos, vestuário e calçados foi uma das que mais caíram no início da pandemia porque o consumo dela é muito baseado na experienciação do produto. Houve uma queda intensa de março para abril do ano passado e o padrão de consumo não voltou depois disso”, analisa Cristiano.

“Houve também uma readequação das empresas em sua estratégia de venda, ao aderir ao e-commerce. Grandes marcas no início do segundo trimestre deste ano também anunciaram outras plataformas e isso impulsionou as vendas em um momento, mas esse movimento foi refreado pelo rendimento das famílias que não tem aumentado”, completa.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas recuou 0,9% em relação a setembro. Nessa comparação, o segmento de veículos, motos, partes e peças caiu 0,5%, enquanto o de material de construção recuou 0,9%.

Já os setores que cresceram no período foram tecidos, vestuário e calçados (0,6%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,6%). “A atividade de tecidos, vestuário e calçados foi uma das que mais caíram no início da pandemia porque o consumo dela é muito baseado na experienciação do produto. Houve uma queda intensa de março para abril do ano passado e o padrão de consumo não voltou depois disso”, analisa Cristiano.

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