Vereadora do RS reage a machismo por sua beleza física

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Foto: Vivian Mattos / Câmara Municipal de Canguçu

Na última quarta-feira, a única parlamentar mulher da Câmara de Vereadores da cidade de Canguçu, no Rio Grande do Sul, Iasmin Roloff (PT), foi eleita segunda vice-presidente da mesa diretora com o objetivo de “embelezar a mesa”, segundo falas dos vereadores. A justificativa utilizada por pelo menos três parlamentares incomodou Iasmin, que afirma ter sido vítima de uma violência política de gênero ao ter sua aparência utilizada como critério na votação. Apesar de ter se candidatado à presidência da Câmara, a parlamentar conta ainda que não havia demonstrado interesse ao cargo para o qual foi eleita.

O caso da vereadora gaúcha repercutiu nas redes entre outras parlamentares mulheres do estado e militantes do partido.

— No momento, a sensação foi de inquietação, eu fiquei muito incomodada. Quando os vereadores, todos homens, fazem uma votação e usam como única justificativa a minha aparência, eu sendo mulher acho que se caracteriza como uma violência política de gênero — disse Iasmin.

As referências à aparência da vereadora começaram durante a votação para a presidência da Câmara. “Para embelezar essa mesa aí e dar um ‘tchan’ feminino, tem todo o nosso apoio”, disse o vereador Arion Braga (PP). A parlamentar, no entanto, não conseguiu o número de votos necessários para a posição.

Em seguida, durante a eleição para a segunda vice-presidência da Casa, cargo para o qual Iasmin não se candidatou, seu nome voltou a aparecer e, novamente, atrelado à sua aparência. Os vereadores Oraci Teixeira (PSB) e Silvio Neutzling (MDB) repetiram a justificativa de “embelezar a mesa”, citada por Braga.

Incomodada, a parlamentar pediu a palavra no momento e repreendeu os vereadores por suas falas: “Por favor, quando forem votar em mim, que votem pela minha capacidade intelectual, e não pela minha beleza”.

— Eles me colocam numa situação de que “ah, ela só tá ali porque acham ela bonitinha”, o que não é. Eu recebi quase mil votos. Há mais de 20 anos não tem mulher na Câmara de Canguçu. Isso torna invisível todo o meu trabalho de um ano que venho fazendo — relatou a vereadora.

Apesar de ter sido eleita para o cargo, Iasmin não sabe ainda se irá assumi-lo. Ela conta que espera uma reunião com a executiva estadual do Partido dos Trabalhadores para decidir. No encontro, a vereadora também pretende avaliar se tomará alguma medida legal contra os parlamentares.

Vereadoras mulheres do estado e militantes feministas repercutiram o caso nas redes. Iasmin contou ainda que não imaginava a repercussão que o caso teria, mas acredita ser algo positivo para fortalecer a presença das mulheres na política e lembrar que posturas como a dos vereadores são “inaceitáveis”:

— Não sabia que iria tomar essa proporção, mas acho importante. A gente sabe que tem muita mulher com capacidade de estar na política. Acho que a gente precisa se fortalecer como mulher na política, justamente para que essa situação não aconteça mais.

Além de ser a única mulher, Iasmin também é a vereadora mais jovem na Câmara de Canguçu, com 24 anos. Ela relata que a idade é também muitas vezes um ponto que a leva a ser tratada de forma diferente pelos colegas da Casa:

— A gente tira eles da zona de conforto por ser mais jovem. Já ouvi que eu sou imatura pelo cargo que eu estou, já fui muito criticada. E eles não fazem isso com os outros homens que estão ali, então eu tenho que me posicionar.

O Globo 

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