Bolsonaro é rejeitado por debochar da morte alheia
Em julho de 2020, quando a Covid havia matado 30 mil pessoas, João Moreira Salles escreveu um artigo intitulado “A morte e a morte”, no qual lidava com a relação de Jair Bolsonaro com o fim da vida alheia:
“O luto lhe é estranho. Publicamente, sua reação ao sofrimento alheio assume apenas duas formas: júbilo ou indiferença. É preciso reparar nisso para compreendê-lo.”
Quem não reparou que reparasse. A esta altura os leitores das folhas de chá das pesquisas eleitorais perceberam que a falta de empatia com a morte (dos outros) é a pedra mais pesada na mochila de sua rejeição.
Numa conta de padaria, estima-se que cada morto pela pandemia irradiou sofrimento para cem pessoas. Admitindo-se que metade desse bloco seja de eleitores, seriam 31 milhões de votos.
Folha de SP