Campanha de Lula dará uma “banana” ao mercado

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Foto: Eraldo Peres / AP

Uma coisa já parece certa no núcleo do comando da campanha petista nas eleições deste ano. Lula não apresentará um superministro da economia, nem escreverá uma nova carta ao povo brasileiro, como fez em 2002 para acalmar investidores e empresários que temiam uma guinada radical à esquerda e ameaçavam deixar o país.

O PT quer mostrar, desde já, que vai revogar o teto de gastos, a política de preços da Petrobras e a reforma trabalhista e diz não estar preocupado com o que pensam os donos do dinheiro.

“Não tem necessidade de carta ao povo brasileiro, as pessoas já conhecem o Lula. Não precisamos mais de um Palocci”, afirma a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em referência ao primeiro ministro da Fazenda de Lula, que tinha como uma de suas virtudes o trânsito fácil na Faria Lima.

“A única coisa que não vamos fazer é quebrar contratos, como o Bolsonaro fez com os precatórios. O resto nós vamos fazer. E não tem mimimi do mercado. Um país que não tem dívida externa, que tem este mercado consumidor não pode ter o povo com fome e sem renda”.

As declarações, somadas ao artigo de Guido Mantega para a Folha de S.Paulo, indicam que o PT de 2022 não pretende repetir a história de 2002, mesmo que o resultado tenha sido positivo no passado.

A própria Gleisi aponta a diferença. Para ela, a eleição deste ano será de posicionamento ideológico, enquanto a primeira vencida pelo PT era de composição política. Há 20 anos, Lula chegou ao segundo turno com um filme de campanha emblemático, em que rivais subiam ao palco para engrossar a onda petista.

Desta vez, Gleisi afirma que o partido tem que dizer claramente o seu ponto de vista sobre a economia, mesmo que isso assuste potenciais aliados, como Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e deve migrar para o PSB na expectativa de competir como vice de Lula. Se os dois formarão mesmo uma dupla na eleição deste ano ainda não se sabe.

“Ele conhece o que pensamos e o que defendemos, nunca escondemos nossas posições”, diz Gleisi.

Nas últimas semanas, a presidente do PT defendeu a revogação da reforma trabalhista, o que Lula também prometeu em suas redes sociais. E este primeiro movimento já provocou uma série de críticas de adversários.

Mas, segundo Gleisi, a primeira coisa que irá cair no governo petista, caso vençam a eleição, é o teto de gastos.

“O teto de gastos está desmoralizado e deve ser um dos primeiros a serem liquidados. Bolsonaro fez o orçamento de guerra e muitas outras coisas fora do teto aos olhos do mercado e agora querem exigir de nós respeito ao teto?”, questiona a petista.

Gleisi também descarta qualquer autocrítica sobre o desastre econômico do governo Dilma Rousseff, que levou o país a dois anos de recessão. Para ela, a responsabilidade pela derrocada em 2015 e 2016 não é da ex-presidente.

“O Joaquim Levy, que é liberal, é o culpado pelo que aconteceu. Ele induziu Dilma a fazer coisas que não deveria ter feito”, disse, referindo-se ao economista escolhido pela ex-presidente para chefiar o Ministério da Fazenda no seu segundo mandato.

Nos próximos dias, economistas petistas começam a desenhar o que deve ser o plano econômico de Lula, como mostrou o colunista Lauro Jardim neste domingo.

Eles vão trabalhar em cima de um roteiro elaborado pela Fundação Perseu Abramo no ano passado e conduzido por Aloizio Mercadante que já trazia duras críticas ao teto de gastos e propunha, entre outras coisas, a tributação dos mais ricos.

O Globo 

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