Governo do Cazaquistão decide matar quem protestar na rua

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Foto: Abduaziz MADYAROV/AFP

O presidente do Cazaquistão, Kassim-Jomart Tokayev, afirmou nesta sexta, 7, que deu ordem para “atirar para matar sem aviso prévio” qualquer manifestante presente em atos contra o seu governo, em esforços para tentar encerrar os protestos que abalam o país desde o último fim de semana.

As manifestações públicas de insatisfação contra o aumento do preço dos combustíveis eclodiram durante o fim de semana na cidade de Zhanaozen, na região oeste do país, área de forte exploração de petróleo, e, desde então, as demonstrações se espalharam por várias cidades, incluindo a capital, Nursultan. Segundo o Ministério da Saúde, mais de mil pessoas ficaram feridas desde o início dos protestos e 400 foram levadas para hospitais. Dessas, 62 estão em estado grave.

Após casos de invasões a prédios públicos do país na noite de quarta-feira, a agência de notícias russa Tass relatou na madrugada desta sexta-feira tiroteios em Almaty, maior cidade do país.

“Terroristas continuam destruindo propriedade e usando armas contra civis. Eu dei ordem para forças de segurança atirarem para matar sem aviso prévio”, disse Tokayev em um pronunciamento na TV estatal.

Segundo o presidente, “estamos lidando com bandidos armados e treinados, localmente e no exterior. Eles têm de ser destruídos, e o serão brevemente”.

Mais cedo nesta sexta-feira, no entanto, o presidente havia emitido um comunicado afirmando que forças da segurança retomaram “em maior parte” controle do país. Segundo ele, “a ordem constitucional foi basicamente restaurada em todas as regiões”.

O presidente também prometeu “ligar a internet de novo”, após um blecaute nacional, mas alertou que o serviços estarão disponíveis apenas por certos períodos de tempo e altamente monitorados pelo governo. “Acesso livre à internet não significa que você pode postar livremente insultos e incitações”.

Durante o pronunciamento, Tokayev também agradeceu o presidente russo, Vladimir Putin, por ter atendido o pedido de ajuda feito na quarta-feira e organizado uma missão militar da Organização do Tratado de Segurança Coletivo, uma aliança militar criada por Moscou em 1999 entre países da antiga União Soviética.

O envio de forças, no entanto, levantou preocupações dentro da União Europeia, que afirmou que Moscou deve respeitar a soberania e independência do Cazaquistão. A Comissão Europeia, braço executivo do bloco, também pediu calma de todos os lados.

A chegada das tropas russas acontece em meio à continuidade de confrontos entre manifestantes e forças da segurança do Cazaquistão. Dezenas de manifestantes morreram após ataques a prédios do governo e ao menos uma dúzia de policiais morreu, incluindo um que foi encontrado decapitado, afirmaram autoridades na quinta-feira.

Houve tentativas de invasão a prédios durante a noite na maior cidade do país, Almaty, e “dezenas de agressores foram eliminados”, disse a porta-voz da polícia Saltanat Azirbek, ao canal de notícias estatal Khabar-24. Segundo a porta-voz, cerca de 350 agentes da segurança ficaram feridos.

De acordo com a agência de notícias Interfax-Kazakhstan, mais de cem manifestantes invadiram na quarta-feira a sede da prefeitura de Almaty e chamas e uma densa fumaça podem ser vistas das janelas do segundo andar do edifício, enquanto os manifestantes o cercam e gritam palavras de ordem como “Avante, Cazaquistão”.

Armados com bastões, os manifestantes forçaram os policiais que faziam a segurança do prédio a recuar para ruas próximas e tiraram de vários deles escudos e coletes à prova de balas. Parte da sede do Ministério Público também foi incendiada, assim como 30 veículos que estavam próximos, incluindo viaturas policiais.

Na cidade de Aktobe, no oeste do país euroasiático, manifestantes também conseguiram invadir a sede da prefeitura, que foi sitiada por mais de mil pessoas, segundo a imprensa cazaque.

Já em Kostanai, no norte, dezenas de pessoas se reuniram fora da sede da administração municipal, mas a polícia conseguiu evitar uma invasão. Em Petropavl, também no norte, policiais dispersaram cerca de 50 manifestantes que também foram para a sede da prefeitura local.

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