Governo finalmente deve comprar remédio que funciona contra a Covid

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Foto: MSD/Reprodução

Em meio ao avanço de casos positivos de Covid-19 no Brasil, motivado pela disseminação da variante Ômicron, o Ministério da Saúde avalia a possibilidade de comprar a pílula antiviral Paxlovid contra o coronavírus, fabricada pela Pfizer.

O laboratório deve solicitar autorização para uso do novo medicamento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nas próximas semanas.

De acordo com a farmacêutica, a pílula tem 89% de eficácia na prevenção de hospitalizações e mortes de pacientes de alto risco contaminados pelo novo coronavírus.

O medicamento deve ser tomado por cinco dias, logo após os primeiros sintomas da doença. O efeito da pílula bloqueia a replicação do vírus e impede a evolução da Covid-19 para quadros graves.

Fontes ligadas ao Ministério da Saúde informaram ao Metrópoles que a pasta estuda a possível compra do imunizante da farmacêutica. No entanto, ainda não há previsão de quando o país receberia doses do remédio nem do quantitativo de pílulas que poderiam ser enviadas ao Brasil.

Em conversa com a reportagem do Metrópoles por telefone, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que, para avançar nas tratativas e na avaliação de uso do Paxlovid na rede de saúde brasileira, é preciso que o medicamento tenha sua utilização e comercialização autorizadas pela Anvisa.

Caso a agência reguladora permita o uso emergencial do remédio, o Ministério da Saúde poderá recomendar que a pílula seja utilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) sem a necessidade de análise prévia pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec).

No entanto, se a autorização concedida pela Anvisa for para registro definitivo, a incorporação do medicamento ao SUS deverá ser avaliada pelo plenário da Conitec.

Ainda não há estimativa de valor do investimento brasileiro, porque tudo depende do volume a ser adquirido e das negociações com o laboratório.

A princípio, os remédios dessa compra serão destinados às unidades do SUS, não à rede particular de farmácias e hospitais.

De acordo com comunicado divulgado pela Pfizer em dezembro de 2021, análises intermediárias de um estudo em andamento com voluntários adultos apontaram redução de 70% nas hospitalizações e nenhuma morte no grupo tratado com o remédio, em comparação aquele que recebeu placebo.

“Uma diminuição aproximada de 10 vezes na carga viral no dia 5, em relação ao placebo, foi observada, indicando atividade robusta contra o Sars-CoV-2 e representando a redução de carga viral mais forte relatada até o momento para um agente antiviral oral”, informou o laboratório.

Além disso, de acordo com a Pfizer, os testes laboratoriais confirmaram que o medicamento é capaz de conter a capacidade viral de mutações como a Ômicron e a Delta, classificadas como variantes de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Estamos falando sobre um número impressionante de vidas salvas e hospitalizações evitadas. E, claro, se você implantar isso rapidamente após a infecção, provavelmente, reduziremos a transmissão drasticamente”, afirmou Abert Bourla, presidente do conselho e diretor-executivo da Pfizer, em comunicado.

O Canadá aprovou, nesta segunda-feira (17/1), o uso da pílula antiviral da Pfizer para o tratamento de casos leves a moderados de adultos com Covid-19. O país tenta solucionar o aumento do número de casos diários da infecção e de hospitalizações após a entrada da variante Ômicron no país.

“[Esta aprovação] é particularmente importante, pois o acesso a tratamentos fáceis de usar pode ajudar a reduzir a gravidade da Covid-19 em adultos que se infectam recentemente”, disse a chefe de Saúde Pública do país, Theresa Tam, à imprensa.

O uso do medicamento também é autorizado desde dezembro no Reino Unido, pela Agência Reguladora de Produtos de Saúde e Medicamentos (MHRA, na sigla em inglês), e nos Estados Unidos, pela Food and Drugs Administration (FDA).

Também em dezembro de 2021, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) na sigla em inglês) aprovou o uso do Paxlovid em paciente adultos para o tratamento contra a Covid-19 durante os primeiros sintomas.

Além do Paxlovid, há uma série de outros medicamentos aprovados por agências reguladoras ao redor do mundo com a finalidade de tratar pessoas com Covid em diferentes estágios da doença. É o caso do antiviral Molnupiravir, fabricado pela empresa Merck Sharp & Dohme (MSD).

Em novembro de 2021, a farmacêutica enviou pedido de uso emergencial do remédio à Anvisa. O processo ainda não foi finalizado, mas a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que está em “diálogo avançado” com a MSD para fabricar o remédio no Brasil e definir a “melhor forma de acesso à população brasileira”.

Assim como o Paxlovid, da Pfizer, o remédio da MSD é administrado via oral, dentro de cinco dias após o surgimento dos sintomas. O fármaco impede que o vírus se replique e reduz a gravidade da doença.

Além disso, no início de 2021, a Anvisa aprovou o registro do medicamento Rendesivir para uso no Brasil. O remédio é injetável, produzido no formato de pó para diluição, e é indicado para uso hospitalar. Assim como as pílulas antivirais, ele impede a replicação do microrganismo.

No entanto, em relatório publicado em junho de 2021, a Conitec, órgão ligado ao Ministério da Saúde, não recomendou o uso do medicamento em pacientes hospitalizados com Covid-19. O grupo considerou que há “incertezas sobre os benefícios” do medicamento, e pontuou que a utilização do remédio no SUS teria alto custo.

A comissão também não recomendou o uso de anticorpos monoclonais (banlanivimabe + etesivimabe, casirivimabe + imdevimabe, regdanvimabe e sotrovimabe) em pacientes com Covid-19 no Brasil, já aprovados de forma emergencial pela Anvisa. Os fármacos também são autorizados apenas para uso hospitalar, em casos leves e moderados da doença.

De acordo com a Conitec, a utilização dos remédios demandaria “custo elevado, havendo limitações quanto à disponibilidade e implementação, com o medicamento sendo autorizado apenas para o uso hospitalar, representando desafio logístico e aumentando barreiras de adesão e acesso”.

Metrópoles  

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