Ministro australiano usa poder pessoal para deportar Djokovic

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Foto: Reprodução/ Uol

Mais de uma semana após Novak Djokovic ser barrado na entrada na Austrália por não ter se vacinado para covid-19, enfim, a novela envolvendo o sérvio poder ter sido decidida na madrugada desta sexta-feira (14), horário de Brasília. O ministro da Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais australiano, Alex Hawke, usou o seu poder pessoal para cancelar o visto do tenista número um do mundo, que está em Melbourne para disputar o Australian Open.

Com a decisão, o Djoko pode ser deportado do país da Oceania, colocando em jogo a intenção do atleta de 34 anos de conquistar o seu décimo título do Grand Slam australiano. Ele só não será obrigado a deixar o país se obtiver uma vitória judicial. Ele era o cabeça de chave número um do torneio e iria enfrentar o compatriota Miomir Kecmanovic, no início da semana que vem.

“Hoje eu exerci o meu poder sob a seção 133C(3) da Lei de Migração para cancelar o visto detido pelo senhor Novak Djokovic por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público de fazê-lo. Ao tomar esta decisão, considerei cuidadosamente as informações fornecidas a mim pelo Departamento de Assuntos Internos, pela Força de Fronteira Australiana e pelo senhor Djokovic”, alegou Alex Hawke, ministro da Imigração australiano, por meio de comunicado oficial.

“O governo de [Scott] Morrison [primeiro-ministro do país] está firmemente comprometido em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia de covid-19”, acrescentou.

“Tomo nota da decisão do ministro da Imigração em relação ao visto do senhor Novak Djokovic. Entendo que, após uma análise cuidadosa, o ministro tomou medidas para cancelar o visto por motivos de saúde e ordem, com base no interesse público. Essa pandemia tem sido incrivelmente difícil a todos os australianos, mas nos mantivemos juntos e salvamos vidas. Juntos alcançamos uma das taxas de mortalidade mais baixas, economia mais forte e taxa de vacinação mais altas do mundo. Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia e esperam, com razão, que os resultados destes sacrifícios sejam protegidos”, comunicou o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, por meio de nota.

Djoko entrou no país em 5 de janeiro sem se vacinar, alegando que testou positivo para covid-19 em 16 de dezembro — o estado de Victoria (onde está situada Melbourne, a sede do Grand Slam) determinou que só pessoas vacinadas poderiam entrar parar jogar o torneio.

Ao desembarcar no aeroporto, ele foi parado pela polícia alfandegária por não apresentar todos os documentos necessários para justificar a entrada no território australiano. Desta forma, ele passou a noite separado de sua equipe em uma sala do aeroporto de Melbourne e depois foi encaminhado para um hotel onde ficou confinado. Ele teve o visto inicialmente cancelado por representar risco para a saúde pública.

Além de correr o risco de ser deportado, o sérvio pode ser impedido de entrar na Austrália por três anos devido ao cancelamento do visto.

Qual é o próximo passo?
De acordo com o site do jornal The Sydney Morning Herald, a equipe jurídica de Novak Djokovic levará imediatamente ao ministro da Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais australiano, Alex Hawke, uma apelação com o intuito para acelerar o processo, minimizando a duração das apresentações escritas e provas verbais.

Se o caso for levado ao tribunal, a equipe jurídica do tenista sérvio espera que a liminar possa ser debatida ainda no fim de semana, finalizado até domingo (16), o que permitiria que ele buscasse o recorde de 21 títulos de Grand Slam — ele está empatado no topo com Roger Federer, com 20 taças cada.

O caso pode retornar ao juiz do Tribunal Federal do Circuito Anthony Kelly, que revogou o cancelamento pela primeira vez.

Como fica a chave?
Caso seja mesmo deportado, Djokovic será substituído por um lucky loser (algo como “perdedor sortudo”, em inglês), um tenista derrotado no qualificatório do torneio, mas que ganhará vaga na chave principal por conta da ausência do líder do ranking mundial.

Vitória na Justiça
Após ser barrado na chegada à Austrália, Djokovic apelou à Justiça local e ganhou. A decisão foi proferida pelo juiz federal Anthony Kelly, que ouviu os advogados de ambas partes na audiência. Em seu pronunciamento, Kelly ordenou que o atleta fosse liberado do confinamento em até 30 minutos e que seu passaporte fosse devolvido.

Segundo o jornal local Daily Telegraph, o governo australiano poderia decretar a prisão do sérvio por ele ter mentido ao preencher o formulário para entrar no país. O veículo informou que Djoko fez uma “declaração falsa” ao informar que não viajou 14 dias antes de voar para Melbourne, além de não ter cumprido isolamento necessário. Todos os viajantes são questionados sobre deslocamentos anteriores, e podem ser punidos caso apresentem “informação enganosa”.

Uol

 

 

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