Bolsonaro foi à Rússia tratar de assuntos pessoais

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Foto: MIKHAIL KLIMENTYEV

Muitos opositores ao governo de Jair Bolsonaro acusam o presidente de criar políticas públicas para proveitos eleitorais dos grupos que representa, ou apenas alinhados ideologicamente a seu pensamento. Pois a viagem que fez a Rússia e Hungria, para especialistas, foi pensada apenas para proveito eleitoral.

Sem a assinatura de acordos importantes e criticada dentro e fora do governo, a viagem do presidente teve como pano de fundo a necessidade de agradar ao seu público interno de apoiadores em ano eleitoral. Além disso, na avaliação de especialistas, Bolsonaro tentou se contrapor às últimas viagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu maior adversário político. Lula foi recebido com pompa em França, Alemanha e Espanha.

— Bolsonaro tenta reagir e projetar uma imagem de estadista, inclusive como tentativas de fabricação de narrativas farsescas, que é a ideia de que teria viajado à Rússia para negociar os termos de paz entre Moscou e a Ucrânia, o que chega a ser engraçado até. Do ponto de vista governamental, é só mais uma peça de fake news, mais uma mentira oficial. Isso não foi dito com todas as letras, mas há insinuações aos montes — disse Dawisson Lopes, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais.

Bolsonaro viajou mais de 16 horas para tirar fotos com o presidente russo, Vladimir Putin. Mais que negociações, o que agradou a seus apoiadores foi a “proximidade” que teve do mandatário russo, ao contrário de líderes europeus, como o francês Emmanuel Macron e o alemão Olaf Scholz, que se reuniram recentemente com Putin, mas sentaram-se distantes por se negarem a fazer testes anti-Covid com médicos russos para não dar a Moscou acesso a seu DNA. O único acordo assinado, de atualização de nomenclaturas, não justificaria, para analistas, a viagem.

Além disso, segundo fontes do governo, o presidente causou constrangimento a integrantes da área diplomática, ao iniciar a conversa com Putin dizendo, sem entrar em detalhes, que era solidário à Rússia em um momento de tensão com a Ucrânia. Dois dias antes, o chanceler Carlos França informara, em telefonema ao seu colega ucraniano, Dmytro Kuleba, que a viagem seria focada em temas econômicos e comerciais.

Aproveitando-se de compartilhamentos em redes sociais de apoiadores, Bolsonaro deu a entender que contribuiu para que Putin concordasse em reduzir as tropas na fronteira com a Ucrânia: “Coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, disse em entrevista.

Ex-embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru destaca a falta de informações claras sobre a viagem, sobretudo no caso da Rússia. Segundo ele, pelo que se divulgou, haveria um seminário com empresários relevantes do agronegócio que iriam a Moscou.

— Há uma desconexão completa entre o que se anunciou como objetivo da visita e o que se divulgou como resultado. Mesmo os militares: o que exatamente foram fazer lá? — perguntou Caramuru. — Já a viagem à Hungria foi só um gesto político, importante para o bolsonarismo, irrelevante para a política externa.

Ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa considera importante, no caso da Rússia, a continuidade no fornecimento de fertilizantes e o interesse de cooperação na área energética. Quanto à Hungria, destacou um acordo de cooperação em ajuda humanitária a cristãos perseguidos, entre os três memorandos de entendimento assinados.

O Globo 

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