Ex-chanceler petista diz que Lula ou FHC teriam feito melhor na Rússia

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Foto: Ruy Baron/Valor

Principal conselheiro de política externa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim se diz surpreendido pelo ataque da Rússia contra a Ucrânia. O ex-embaixador apostava na mediação do presidente francês, Emmanuel Macron, fracassada como todas as demais gestões. “A Rússia tem preocupações legítimas de segurança, mas nada justifica uma ação militar unilateral. Foi muito grave o que aconteceu.”
Amorim chegou defender que o cancelamento da viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia representaria uma concessão injustificável à pressão americana. Hoje reconhece o mau passo. “Olhando em retrospecto a sorte não ajudou, mas se Lula ou Fernando Henrique tivessem feito a mesma viagem não teria sido o mesmo desastre.”

De agora por diante, diz Amorim, resta ao Brasil se recolher ante uma situação que não tem saída imediata. “Agora o melhor é o Brasil ficar quieto. Condenar a força, apelar ao direito internacional, chamar todos à mesa de negociação e nessa negociação levar em conta os direitos dos envolvidos.”
Amorim diz não ter falado com o ex-presidente e pré-candidato do PT à Presidência antes dos comentários de Lula a uma rádio em Brasília, na manhã desta quinta-feira. Nesta entrevista, Lula criticou a viagem do presidente. “Parece até uma piada que Bolsonaro foi lá e tentou passar para a sociedade que foi lá numa missão para resolver a paz. Essa coisa de guerra é complicada.”

Lula ainda condenou o ataque da Rússia: “É lamentável que na segunda década do século 21 a gente tenha países tentando resolver suas diferenças através de tiros, bombas e ataques quando isso deveria ser resolvido atrás de mesas de negociações.”

Valor Econômico