Jaques Wagner oferece candidatura a Kassab por apoio a Lula

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Foto: Wilton Junior/Estadão

Na tentativa de atrair o apoio do PSD à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, o PT avalia a possibilidade de abrir mão da disputa ao governo da Bahia, controlado há quase 16 anos pelo partido. A tacada de Lula prevê retirar a pré-candidatura do senador e ex-governador Jaques Wagner, cedendo a cabeça de chapa ao senador Otto Alencar, do PSD de Gilberto Kassab.

O atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), não pode mais se reeleger e a ideia é que entre no páreo pela vaga que Otto ocupa no Senado. Dessa forma, o vice-governador, João Leão (Progressistas), assumiria o cargo até dezembro. O arranjo ainda não está fechado, mas o Estadão apurou que há chances de Wagner desistir.

Lula, Jaques Wagner, Rui Costa e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, conversaram nesta terça com Otto Alencar, em São Paulo. Após o encontro, Wagner afirmou que, por enquanto, não houve uma decisão de abandonar a pré-candidatura ao governo da Bahia. Até agora, a definição da vaga ao Senado vem emperrando as negociações.

“Nosso objetivo é fortalecera a unidade do grupo para ganharmos mais uma vez na Bahia e com Lula. O quadro continua o mesmo, com minha pré-candidatura ao governo e o desejo de Otto e de Leão de disputarem o Senado”, escreveu o ex-governador baiano. “Política é assim: conversa-se muito até se chegar a um consenso.”

 

O movimento cogitado pelo PT na Bahia vai de encontro aos anseios aliancistas de Lula. O ex-presidente tenta conquistar o mais amplo arco de aliados em partidos de centro e traçou como meta conquistar o quanto antes o apoio nacional do PSD, presidido pelo ex-ministro Kassab.

A Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do País e o principal no Nordeste. O comitê de Lula avalia fazer concessões porque considera que o ex-presidente deve sair vitorioso no Estado e não vê risco de perder a preferência para o presidente Jair Bolsonaro. O problema é que a estratégia não necessariamente se reproduziria no plano estadual e existe a necessidade de acomodar os partidos aliados.

Petistas ouvidos pelo Estadão observam que o cenário não se mostra tão favorável a Jaques Wagner, que voltará a ter um embate direto com herdeiros do carlismo, grupo à direita que teve como líder o ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007. Atualmente, o nome favorito em pesquisas de intenção de voto é o do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, do novo União Brasil. Neto rejeita, por enquanto, se vincular a Bolsonaro.

Com o mesmo objetivo, uma ala do PT pede a Lula que reveja o apoio já declarado no Rio ao pré-candidato do PSB, Marcelo Freixo, e considere a pré-candidatura do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Felipe Santa Cruz (PSD). Nesta terça-feira, Lula também conversou sobre o cenário eleitoral com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que é o maior entusiasta de Santa Cruz.

Até agora, Kassab evita entregar o apoio e a estrutura do PSD a Lula. Ele tentou emplacar como pré-candidato ao Palácio do Planalto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Diante da hesitação de Pacheco, Kassab convidou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrotado nas prévias do PSDB.

Segundo os cálculos de Kassab, ter um candidato próprio permitirá ao PSD se manter forte na Câmara e ampliar a bancada. O ex-ministro admite, porém, que a tendência majoritária é a de apoiar Lula no segundo turno da disputa.

No pacote de Kassab, o PT e o PSD ficaram no mesmo barco no Amazonas, onde o grupo político é liderado pelo senador Otto Alencar. Kassab filiou ainda o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, também crítico de Jair Bolsonaro.

Na Bahia, Rui Costa já havia dito publicamente que seguiria no mandato até o final, mas nas últimas semanas passou a dar sinais de que tem interesse em disputar o Senado. Com mandato bem avaliado pela população, Costa acredita que precisa aproveitar o capital político construído nos mais de sete anos de governo. Ficar sem cargo eletivo, nessa lógica, seria um desperdício de recall.

Sua opção por concorrer ao Senado, no entanto, cria um problema para PSD e Progressistas, os maiores partidos no arco de alianças que sustenta o governo baiano. Se Jaques Wagner for mantido na cabeça de chapa, o PT teria duas das três vagas da aliança majoritária, deixando uma das siglas de fora.

A opção encontrada para acomodar as duas forças e atrair o apoio nacional do PSD seria retirar Wagner da disputa e lançar Otto como candidato ao governo. Com a renúncia de Rui Costa para disputar o Senado, o vice-governador João Leão assumiria o governo baiano por nove meses. O Progressistas poderia, ainda, indicar o candidato a vice de Otto ou fazer acordo para ficar com secretarias importantes num eventual futuro governo.

A prioridade de Otto, porém, é concorrer ao Senado, onde acredita que teria eleição mais garantida do que disputando o governo com ACM Neto, hoje líder nas pesquisas de intenções de voto.

Estadão  

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