Carluxo fala quase igual a pessoas normais e condena censura a comédia

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Na contramão de parlamentares bolsonaristas e integrantes do governo, o vereador Carlos Bolsonaro se manifestou contra a censura do filme “Como se tornar o pior aluno da escola” em uma plataforma de streaming. O longa, produzido por Danilo Gentili e com Fábio Porchat no elenco, é assunto dominante nas redes e perfis bolsonaristas desde o último domingo, e chegou a ser retirada dos catálogos de streaming por determinação do Ministério da Justiça.

Através de seu perfil no Twitter, Carlos pediu “bom senso” e defendeu que há uma diferença entre “conteúdo lixo” para algo “criminoso”. Segundo o “02”, “É preciso responsabilidade, seriedade e bom senso para não banalizar e não acabar munindo agendas destrutivas ao invés de combatê-las.”

A publicação de Carlos foi repostada por apoiadores do presidente, como o assessor especial para assuntos internacionais Filipe Martins. O bolsonarista escreveu vários tuítes alertando que pessoas que pedem a interferência do Estado podem abrir um precedente para outros casos de “censura”, e não poderão reclamar em caso de eventuais medidas autoritárias.

Receosos de como a decisão pode afetar na eventual justificativa para censura de material bolsonarista, Filipe e Carlos se uniram a uma parcela de apoiadores do presidente que demonstra preocupação com as possíveis consequências da decisão do ministério da Justiça. A opinião destoa de outras manifestações, caso da deputada federal Carla Zambelli (PL) e do próprio irmão de Carlos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL). Os dois pediram que medidas contra o filme fossem tomadas.

Um levantamento da Arquimedes mostra que a base bolsonarista representou 45% das postagens e 56% das interações sobre o filme de Gentili no Twitter. Ao todo, o tema mobilizou 160 mil publicações na rede social entre domingo e as 19h30m da última terça-feira. Dois outros grupos participaram da discussão: perfis à esquerda (27,9% da mensagens) lembraram que Danilo Gentili foi apoiador de Bolsonaro e apontaram para a censura ao filme; enquanto simpatizantes do humorista (26,6% das postagens) saíram em defesa de Gentili e apontaram “hipocrisia” de bolsonaristas e sua suposta similaridade com petistas.

O Globo