Duas senadoras integrarão comissão fiscalizadora do TSE

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O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou as senadoras Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Kátia Abreu (PP-TO) para serem as representantes do Congresso e do Senado na Comissão de Transparência das Eleições. O grupo, criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passou a ter mais representantes das Casas legislativas por decisão do presidente da Corte, ministro Edson Fachin. Antes, havia apenas um parlamentar no colegiado.

A comissão foi criada em setembro do ano passado, dias após o presidente Jair Bolsonaro ter feito ataques ao sistema eleitoral e questionar, sem provas, as eleições, chamando-as de “sujas”. À época, o TSE afirmou que objetivo do grupo era “ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições”.

Com a indicação das senadoras, falta agora o Congresso nomear quem será o deputado que será o representante da Câmara na comissão. A nomeação será feita pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro.

Desde o ano passado, Bolsonaro começou uma ofensiva contra o sistema eleitoral e passou a defender o voto impresso auditável alegando que a urna eletrônica é passível de fraudes. O presidente, no entanto, nunca apresentou provas — da mesma forma como fez seu aliado americano, o ex-presidente Donald Trump, que também acusou, sem evidências, fraudes no pleito em que perdeu a reeleição à Presidência dos Estados Unidos.

Tanto Eliziane Gama quanto Kátia abreu foram contrárias à proposta do voto impresso, pauta bolsonarista que não foi aprovada na Câmara. Em maio passado, a senadora do Maranhão e ex-ministra da Agricultura zombou das acusações bolsonaristas contra o sistema eleitoral.

“Eu só queria entender: Aqui, o voto eletrônico, estão dizendo que tem fraude e, nos EUA, que o voto é impresso, acusaram também de fraude. Qual é a boa então gente? Me diz aí pelo amor de Deus!”, escreveu Kátia no Twitter.

Eliziane Gama também criticou os ataques de Bolsonaro às eleições:

“Os ataques sem provas ao processo eleitoral brasileiro revelam o desespero e o medo de uma derrota do presidente nas urnas. As agressões à democracia ficam mais sorrateiras à medida que sua popularidade despenca. A sociedade irá reagir as tentativas de macular as eleições”.

No mês passado, o representante das Forças Armadas na Comissão, Heber Portella, fez questionamentos no colegiado sobre o funcionamento das urnas eletrônicas. Portella foi uma indicação do ministro da Defesa, Braga Netto.

Globo