“Encostado” pelo Podemos, Moro tenta migrar para União Brasil

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Estacionado nas pesquisas de intenção de voto, o ex-juiz Sergio Moro retomou os diálogos com o União Brasil na tentativa de viabilizar uma candidatura de terceira via à Presidência capaz de romper com a polarização entre Lula e Bolsonaro. Além de ter parado de crescer diante da preferência do eleitorado, o atual pré-candidato do Podemos também tem sofrido resistências dentro do próprio partido, onde já teve sinalizações de que terá dificuldades para obter recursos para a campanha e ter apoio massivo de seus correligionários.

Moro e o presidente nacional do União Brasil, o deputado federal Luciano Bivar, passaram a conversar com mais frequência desde que o ex-juiz estagnou nas pesquisas. Os dois se falam por telefone pelo menos uma vez por semana para tratar de questões eleitorais. A última vez que tiveram contato foi na segunda-feira, 14, no aeroporto de São Paulo. Ali mesmo, em um breve diálogo, os dois combinaram de marcar uma reunião presencial nos próximos dias – o que deve acontecer provavelmente na capital paulista.

A ideia do União Brasil é colocar todos os postulantes pela vaga da terceira via na mesa de negociações na tentativa de lançar uma candidatura única ao Planalto. Segundo integrantes da cúpula do União, todos os pré-candidatos à Presidência – João Doria (PSDB), Moro (Podemos) e Simone Tebet (MDB) – já indicaram a Bivar que estão dispostos a abrir mão da própria candidatura em nome de uma outra eventualmente mais viável. O partido pretende explorar mais a divulgação dessas costuras com Moro, Doria e Tebet a partir do fechamento da janela partidária, no fim deste mês.

O União Brasil estuda criar um colegiado responsável pela escolha do nome que disputará à Presidência. O grupo seria composto por todas as siglas que orbitam o projeto da terceira via: Podemos, PSDB, MDB e Cidadania – legenda que já selou federação com os tucanos. Outra questão que também já vem sendo discutida no partido é em relação aos critérios que serão adotados para o processo de escolha do candidato. O tema foi abordado, inclusive, em uma reunião da Executiva Nacional realizada na tarde da quarta-feira, 16, na sede do União Brasil, em Brasília. “Doria, Tebet e Moro precisam se agrupar. Se não agrupar, lá na frente, serão engolidos”, afirmou o deputado federal, Delegado Waldir (GO).

Embora a legenda esteja dividida, fato é que o nome de Moro já gozou de mais prestígio no União Brasil. Alguns aliados de Bivar confidenciam pelos corredores do Congresso que o ex-juiz perdeu a chance que tinha para disputar o Planalto pela sigla. A avaliação é de que, se tivesse lançado sua candidatura pelo União Brasil desde o início, Moro já teria atingido os dois dígitos nas pesquisas e faria com que a resistência que sofre da classe política por ter mandado vários agentes públicos para a cadeia durante a Lava Jato perdesse força.

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