Moro não tem palanque nem no Paraná

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Estagnado na casa dos 6% e tecnicamente empatado na terceira colocação na corrida presidencial, o ex-juiz Sergio Moro incluiu a falta de um palanque no Paraná, seu estado de origem, na já não pequena lista de adversidades enfrentadas por sua campanha ao Palácio do Planalto. O motivo: a saída do presidente estadual da sigla Cesar Silvestri Filho para filiar-se ao PSDB criou um palanque não-programado para a campanha de João Dória (PSDB) e foi o catalisador para que desandassem também as negociações com o governador Ratinho Junior (PSD), que trabalhava para oferecer apoio duplo a Moro e ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado. O simbolismo de correr o risco de não ter estrutura política para a campanha dentro de sua própria casa e do estado natal da Operação Lava-Jato levou apoiadores do ex-juiz a tentarem viabilizar, de última hora, uma solução.

Com o novo xadrez eleitoral, o senador Alvaro Dias passou a ocupar a presidência estadual do Podemos e, faltando pouco mais de seis meses para o primeiro turno, o próprio Alvaro, na tentativa de dar algum palanque a Moro no Paraná, não tem descartado, em conversas com interlocutores, disputar o governo local. Na reta final de seu mandato como senador, o parlamentar trabalhava para ser mais uma vez reeleito ao posto – ele está no cargo desde 1999 – mas nos últimos dias disse a auxiliares que está cansado na vida política em Brasília.

Ex-prefeito de Guarapuava, o neotucano Silvestri deixou a legenda de Moro após o partido ter decidido não lançar candidato próprio ao Executivo estadual. Agora, a disposição do Alvaro de disputar o Palácio Iguaçu contra Ratinho Junior, franco favorito à reeleição, foi interpretada por auxiliares como um movimento extremo que escancararia a falta de articulação do Podemos na campanha morista. Eles também identificaram as digitais do líder do governo na Câmara dos Deputados Ricardo Barros (PP-PR) na articulação para o desmonte do Podemos e para o fortalecimento da campanha de Bolsonaro entre os paranaenses. Na costura da aliança entre Bolsonaro e Ratinho, o pepista defende que seja lançado ao Senado o deputado estadual Guto Silva, ex-chefe da Casa Civil e aliado do governador.

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