Novo comandante do Exército pode aceitar fazer ameaças por Bolsonaro

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Foto: Cristiano Mariz

Com a escolha do general Marco Antonio Freire Gomes para o comando do Exército, Bolsonaro busca suprir uma insatisfação que nutre há tempos com a Força: um chefe com maior alinhamento e que aceite passar seus recados e sair em defesa do governo. A nomeação de Freire Gomes no posto será nesta quinta-feira.

O perfil almejado pelo presidente segue a linha do general Eduardo Villas Bôas, que foi comandante do Exército de 2014 a 2019 e hoje está na reserva. Em 2018, quando ainda estava no posto, Villas Bôas publicou no seu Twitter um “repúdio à impunidade” na véspera de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar se o Lula podia ser preso após ter sido condenado em segunda instância. A postagem foi criticada por ministros e entendida na corte como pressão.

Desde que se tornou presidente, Bolsonaro já mostrou insatisfação com a postura de comandantes do Exercito por não defenderem suas bandeiras. Esse foi um dos motivos que o levou a demitir o general Edson Pujol do cargo, em março de 2021. Na época, Bolsonaro esperava manifestações públicas do então comandante do Exército sobre a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, de anular as condenações da Lava-Jato contra Lula, fato que o tornou elegível. O presidente ficou a ver navios.

O substituto de Pujol, general Paulo Sergio Nogueira, que agora assumirá o Ministério da Defesa, seguiu a mesma linha do antecessor. Freire Gomes, no entanto, tem um alinhamento maior com as ideias do presidente e traz com ele a expectativa de ter uma “postura mais ativa” nessa frente, especialmente no ano eleitoral, segundo integrantes do Palácio do Planalto. Nada assegura, porém, que Freire Gomes atenderá os anseios do presidente.

Em fevereiro, Bolsonaro disse em uma live que o Exército viu falhas nas urnas eletrônicas. A informação foi mais uma vez desmentida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Globo