Políticos acham que Datena desistirá do Senado

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Foto: Reprodução

O grupo político do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) não confia que o apresentador e jornalista José Luiz Datena, do União Brasil, leve adiante a sua candidatura ao Senado na chapa. Datena é o candidato preferencial, por liderar as pesquisas, mas Garcia está preparado para renegociar a vaga em caso de desistência do jornalista.

O senador José Serra (PSDB-SP) abriu caminho para a negociação, ao aceiitar no último dia 7 disputar mandato de deputado federal, em vez de tentar reeleição ao Senado.

Serra aceitou o convite feito pelo presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, mas impôs condição de receber estrutura de campanha similar e a mesma quantidade de inserções de TV a que teria direito se fosse o candidato ao Senado. A expectativa tucana é a de que Serra se converta em um puxador de votos e eleja até seis outros candidatos do PSDB para a Câmara dos Deputados.

Datena está filiado ao União Brasil, resultado da fusão de PSL com DEM. O partido conta com os maiores fundos eleitoral e partidário entre todas as siglas e está no arco de alianças montado por Garcia, que inclui o MDB, Solidariedade, Podemos e, por ora, o Republicanos. Ao Valor, o apresentador confirmou que concorrerá ao Senado e disse que já informou a sua decisão à cúpula da TV Bandeirantes, onde recebe cerca de R$ 800 mil mensais, somados salário e patrocínios publicitários. Atualmente um senador tem vencimentos de R$ 33,7 mil por mês.

Ocorre que no entorno da pré-campanha de Garcia trabalha-se com a expectativa de que Datena desista em cima da hora, como já fez em outras ocasiões. Em julho de 2018, Datena confirmou e reconfirmou sua candidatura ao Senado. No entanto, voltou a aparecer no seu programa de TV dias depois do limite legal estabelecido pela legislação daquele ano (30 de junho) proibindo candidatos de apresentar ou comentar programas de rádio e televisão.

Em 2020 o apresentador também desistiu em cima da hora de concorrer a vice na chapa de Bruno Covas (PSDB) para a prefeitura de São Paulo. O acerto político entre MDB e PSDB definiu o então vereador Ricardo Nunes (MDB) como vice da chapa. Nunes acabou assumindo a prefeitura após a morte de Covas, ocorrida em 16 de maio de 2021.

Conforme o desenho montado por Doria e Garcia, o governador vai se desincompatibilizar da função no dia 2 de abril para formalizar sua candidatura ao Planalto, e o atual vice assumirá o governo e disputará a eleição no cargo de governador. A hipótese de Doria desistir da candidatura presidencial e permanecer no cargo ou se desincompatibilizar para disputar o Senado não é considerada por Garcia.

O vice-governador de São Paulo monta um arco de alianças que pode englobar ainda partidos mais próximos do bolsonarismo, como o Republicanos e o Progressistas. Também não está descartado uma aliança com o Podemos, que lançou a pré-candidatura de Sérgio Moro para a presidência da República e que no plano regional só confirmou a pré-candidatura ao Senado do deputado estadual Heni Ozi Cukier. A candidatura do Podemos ao governo estadual foi desestruturada com a saída do partido do deputado estadual Arthur do Val, alvo de processo de cassação na Assembleia Legislativa.

Valor Econômico