Presidente do PSOL defende candidatura Haddad

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Com a desistência do coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos (Psol), de disputar o governo de São Paulo, o presidente do Psol, Juliano Medeiros, defendeu nesta segunda-feira (21) a pré-candidatura de Fernando Haddad (PT) na eleição paulista. Segundo o Psol, a esquerda deve se unir no Estado para ter chance de vitória e Haddad é o “único” capaz de derrotar o PSDB no Estado.

Na manhã desta segunda-feira, Boulos anunciou a retirada de sua pré-candidatura e afirmou que disputará uma cadeira na Câmara dos Deputados. A ideia, segundo o Psol, é ampliar a bancada da esquerda na Câmara e ajudar o partido a superar a cláusula de barreira.

“Como candidato a deputado federal, Boulos poderá ajudar a consolidar uma bancada ainda mais expressiva da esquerda e do Psol na Câmara dos Deputados. Para o governo de São Paulo, considero que Fernando Haddad é o único que pode unir as esquerdas e finalmente derrotar o tucanato”, afirmou Juliano Medeiros no Twitter.

“A decisão de Guilherme Boulos de retirar sua pré-candidatura ao governo de SP em nome da unidade é um gesto de grandeza. O Psol debaterá, agora, os próximos passos nas suas instâncias e espero que o partido dê sua contribuição para construir essa unidade e derrotar o tucanato.”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT tentam construir uma frente ampla de esquerda em São Paulo em torno da candidatura de Haddad. Com a desistência de Boulos, aumentou a pressão para que o ex-governador Márcio França, do PSB, também retire sua pré-candidatura para apoiar o petista no Estado.

“Defendo a unidade da esquerda para que a gente possa derrotar os tucanos e o bolsonarismo [em São Paulo]”, afirmou Boulos, em vídeo publicado no Twitter.

Insistência Apesar de ter indicado que poderia desistir da disputa paulista, França insiste na pré-candidatura. O ex-governador tem defendido a realização de uma pesquisa no meio do ano para ver se ele ou Haddad tem mais chance de vitória. Nas sondagens mais recentes, como o Datafolha, o petista lidera a disputa em São Paulo, seguido por França e Boulos.

O PSDB governa São Paulo há sete gestões consecutivas e terá como candidato o vice-governador Rodrigo Garcia. O presidente Jair Bolsonaro apoia o lançamento do ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), que ainda não está filiado a um partido, mas tende a ir para o PL.

Para o presidente do Psol, a única opção da esquerda capaz de derrotar o PSDB no Estado de SP é Fernando Haddad (foto) — Foto: Silvia Costanti / Valor Bancada de esquerda O Psol aposta na candidatura de Boulos para alavancar a bancada do partido na Câmara. O coordenador do MTST disse ter como “missão derrotar Eduardo Bolsonaro”, filho do presidente Jair Bolsonaro, que recebeu a maior votação para a Câmara em 2018 e foi eleito deputado federal pelo PSL de São Paulo.

O Psol elegeu três deputados federais por São Paulo na eleição passada. O partido deve se federar com a Rede, que lançará a ex-senadora Marina Silva por São Paulo. Boulos e Marina são as principais apostas dos dois partidos no Estado.

Futuro Nas negociações entre PT e Psol para que Boulos retirasse a pré-candidatura e apoiasse Haddad, lideranças petistas fizeram acenos ao coordenador do MTST, como o apoio à sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024. Na eleição municipal passada, de 2020, Boulos ficou em segundo lugar na disputa contra Bruno Covas (PSDB). Petistas acenaram também com a possibilidade de o Psol compor a chapa do PT, com a eventual indicação da vice de Haddad ou de um nome ao Senado.

Valor Econômico