Advogado que defendeu Dilma será candidato a deputado

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Foto: Reprodução

O advogado Ricardo Lodi, que defendeu a ex-presidente Dilma durante o processo de impeachment em 2016, deixou a reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para se candidatar a deputado federal pelo PT. Ele anunciou sua renúncia ao cargo na última quarta-feira em evento na instituição com a presença do ex-presidente Lula, líder nas pesquisas de intenção de voto ao governo.

Lodi foi eleito reitor da UERJ em 2019, e seu mandato vigoraria até o ano que vem. Para disputar o pleito em outubro, ele precisava abdicar da função até este sábado, quando se encerra o prazo de desincompatibilização a quem ocupa cargos públicos. Em carta aberta, o advogado afirmou que atende a um “chamado” para “restaurar a democracia no país”.

— Hesitei um pouco porque estava no curso do meu mandato, mas me coloquei à disposição do partido dada a importância desse ano, dessas eleições, para a democracia, para a educação e para a UERJ — disse Lodi ao GLOBO.

 

O convite para concorrer a uma vaga na Câmara partiu do deputado estadual André Ceciliano (PT) e foi referendado pelo presidente do diretório fluminense do partido, João Maurício de Freitas. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, também apoiou. A ideia já vinha sendo discutida há mais de quatro meses.

O objetivo da sigla é fomentar as candidaturas ao Legislativo para superar as 54 cadeiras obtidas na Câmara em 2018 e, consequentemente, fortalecer a base governista. Segundo o último levantamento do Datafolha, Lula lidera as intenções de voto à Presidência com 43%, seguido por Jair Bolsonaro (PL), que chegou a 26%, desempenho superior ao registrado nas pesquisas anteriores.

— É preciso dotar o governo Lula, se eleito, com a maioria no Congresso, para não ocorrer o que houve com a Dilma. O PT está investindo muito nas eleições legislativas, para ter governabilidade — afirmou Lodi.

Nesta quinta-feira, o advogado participou da cerimônia de posse de seu sucessor, o professor Mario Sergio Carneiro, até então vice-reitor. Na véspera, Lodi comunicou que deixaria o cargo durante o Encontro Internacional Democracia e Igualdade, realizado no campus da UERJ. O evento reuniu, além de Lula e Dilma, lideranças políticas internacionais e uma plateia com mais de 10 mil pessoas.

Em seu discurso, Lodi afirmou que ajudaria em um “projeto de resgate da democracia, da justiça social e da educação brasileira”, principal pauta de sua candidatura. A intenção é robustecer a nível nacional questões como a permanência estudantil no enisno superior e a autonomia universitária, além da questão orçamentária.

— A universidade vive um momento muito difícil, de retrocessos no atual governo, e a UERJ acabou servindo de exemplo, em termos de permanência estudantil, fortalecimento territorial da universidade. A ideia é espalhar isso para o Brasil inteiro, fortalecer a autonomia da universidade e a legislação federal. Não adianta só dar vaga e implementar a política de cotas.

Lodi tem acompanhado Lula em agendas no Rio e participado de eventos do partido no estado. Na última segunda-feira, ele compareceu a um jantar na casa do músico Chico Buarque e da advogada Carol Proner. O encontro contou com a presença da ex-prefeita de Bogotá Clara Lopez, dos ex-ministros Franklin Martins e Aloizio Mercadante e da deputada Gleisi Hoffmann.

 

No mesmo dia, em reunião fechada com lideranças do PT no Rio, Lula endossou as candidaturas do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo do estado e do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT-RJ), para o Senado.

O Globo