Lula vai reeditar o PAC

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será lançado pelo PT como candidato à Presidência da República, tem defendido uma postura completamente antagônica ao posicionamento de austeridade fiscal e privatizações apregoado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e, antes, pelo governo de Michel Temer (MDB).

Lula aponta para a retomada do Estado como propulsor da economia, e isso inclui nos planos do petista volta de grandes obras de infraestrutura no país, além da adoção de uma política de incentivo à indústria, o que, na linguagem de conselheiros bastante próximos a Lula, tem sido tratada como “nova reindustrialização”.

O ex-presidente não esconde seu desprezo pelo teto de gastos, e promete, como primeiro ato de seu governo, caso seja eleito, chamar todos os governadores para uma reunião no Palácio do Planalto, com o objetivo de mapear que obras serão realizadas.

Após ter visto caírem as acusações de envolvimento com empreiteiros que foram agraciados com grandes obras de seu governo, Lula aponta para o que pode se chamar de “novo PAC”, ou seja, uma retomada – mesmo que não com esse nome – do Programa de Aceleração do Crescimento, que foi marca petista e que levou a ex-presidente Dilma Rousseff à posição de escolhida de Lula para a sucessão.

Dilma, que coordenou o programa, chegou a ser chamada pelo petista de “mãe do PAC”, e deu continuidade às obras iniciadas por Lula, mesmo que de forma desacelerada, entre a posse como sucessora do ex-chefe, em 2011, e o impeachment, em 2016.

“Queremos um Estado que tenha força suficiente para induzir o desenvolvimento desse país. Um Estado que tenha banco forte para fazer crédito para investimento, que tenha empresa forte”, disse Lula, em um evento com sindicalistas.

“Eu fico pensando quando é que a gente vai ter um Estado com capacidade para fazer um Minha Casa Minha Vida outra vez. Porque eles desmontaram o nosso programa. A gente vai ter que ter coragem de dizer que a gente quer o Estado forte, que tem que servir à sociedade. Eles trabalham sempre com a ideia do Estado é podre e corrupto, e que quem é honesto é a iniciativa privada. Não dá para gente aceitar isso”, desabafou o ex-presidente.

“Quando eu tomar posse, se for candidato e se ganhar as eleições, a primeira coisa que eu quero fazer é uma reunião com os 27 governadores dos estados para que a gente defina um programa de investimento e obras de infraestrutura neste país. A gente vai começar já, a partir de janeiro, para saber o que a gente quer, para não perder tempo e começar a fazer”, discursou Lula, na reunião.

Uma dos nomes mais próximos de Lula, o ex-ministro Aloizio Mercadante, atual presidente da Fundação Perseu Abramo, apontou que a política industrial terá lugar central no projeto de desenvolvimento a ser adotado em um eventual novo governo. O PT já tem definido que essa “nova reindustrialização” precisa estar no centro do projeto de Lula como forma de gerar trabalho qualificado.

“A indústria é que gera valor adicionado e inovação tecnológica. Agora, é uma indústria que vai ter que dialogar com a transição digital e com a transição ecológica. é um novo desafio histórico”, disse o petista.

“A nova reindustrialização do Brasil é um capítulo decisivo para a gente reconstruir o país, e é imprescindível o diálogo com os empresários, para impulsionar isso e uma nova cultura de inovação tecnológica.”, apontou Mercadante, em conversa com o Metrópoles.

Metrópoles